Há poucos dias atrás, varios blogs, inclusive este, postaram o último trabalho do Yes, “Fly from here” e pude observar lendo atentamente as resenhas, diversas opiniões, algumas favoráveis, outras nem tanto e eu mesmo a princípio resolvi não comentar nada, pois ainda não tinha escutado o suficiente para ter uma opinião isenta de preconceitos ou coisa que o valha para não cometer uma injustiça.
É importante separar muito bem as coisas para que não haja interpretações equivocadas a respeito desta resenha, portanto, é preciso destacar o álbum da banda e isola-lo para tentar entender seu conteúdo.
A respeito do trabalho como peça conceitual, se nota que têm estilo próprio, pois está calcado em uma sonoridade muito próxima ao álbum “Drama” do início da década de oitenta, onde Benoit David saiu-se muito bem, principalmente por não ter tentado uma similaridade vocal para criar algum vínculo com Jon Anderson, o que por sí só é um fato altamente positivo e denota a personalidade do vocalista.
Os arranjos em geral estão bem estruturados para o objetivo deste álbum, que acredito que a intenção tenha sido mostrar algo novo, mesmo tendo se baseado em um conceito do passado e a respeito disto, Geoff Downes cumpriu seu papel de forma sóbria, mas o suficiente para dar vida ao enredo proposto por Trevor Horn que sabidamente é o mentor intelectual desta peça musical.
Isolando a criatura de seu criador, o álbum “Fly from here” é um trabalho que merece todo nosso respeito e apreciação, pois têm qualidades especificas e não se pode negar que têm um berço com uma origem nobre, isto é um fato e eu não nego, mesmo achando que faltou coragem para realmente experimentarem algo verdadeiramente novo e neste caso atribuo a isto, a falta que Jon Anderson e Rick Wakeman fazem ao corpo do Yes.
Agora, quando isolamos o criador da sua criação em um estantâneo, simplesmente para mim não é o Yes que está no comando deste bólido, chamado de “Fly from here”, pois não tem um unico momento de algo que lembre o que um dia foi o Yes e o que já foi capaz de fazer.
Agora, quando isolamos o criador da sua criação em um estantâneo, simplesmente para mim não é o Yes que está no comando deste bólido, chamado de “Fly from here”, pois não tem um unico momento de algo que lembre o que um dia foi o Yes e o que já foi capaz de fazer.
Não basta ter uma fantástica ilustração feita por Roger Dean para da vida a capa do álbum, aliás, uma das mais bonitas e bem elaboradas que a instituição Yes já teve a sua disposição, pois não é o suficiente para fazer com que os Deuses da Música dêem aquele impurrãozinho mágico que colocava a banda no Olimpo do rock progressivo.
Não há a uma luz brilhante e com energia suficiente saindo deste novo Yes para emanar em nossas (pelo menos na minha) almas um sentimento que nos faça enxergar o verdadeiro Yes, daquele legendário “logotipo” estiloso e sinuoso, que provocava emoções em nossas mentes e que iam muito além do simples fato que estarmos escutando uma música de nosso agrado, pois dava para viajar sem sair do lugar.
A princípio, eu estava relutante em fazer esta análise, que na verdade parece mais uma autopsia, mas foi a forma mais objetiva e honesta de chegar a conclusão a respeito de “Fly from here”, que mais uma vez, faço questão de frisar que é um bom trabalho, merecedor de todo nosso respeito e admiração, pois afinal de contas, é fruto do trabalho de vários músicos, técnicos e engenheiros que com certeza empenharam centenas de horas de dedicação para que o melhor fosse produzido.
Isto tudo para chegar até, Anderson, Bruford, Wakeman and Howe, ou simplesmente, ABWH, que em 1988, lançaram um novo álbum de nome homonimo a banda, permanecendo juntos até 1990 em uma turnê que encantava por onde passava.
Apesar do novo nome criado, era o Yes que estava lá, sem sombra de dúvidas, estava presente nas novas músicas, bem como nas antigas músicas que eram tocadas nos shows, pois a energia emanada pela banda sinalizava a presença quase que mediúnica do espírito que sempre permeou o Yes e quem já teve a oportunidade de assistir a um show da banda, sabe muito bem o que estou falando, pois é um sentimento contagiante.
Isto é tão sério que lendo o livro “Eu sou Ozzy”, existe uma passagem contada pelo próprio Ozzy Osbourne, quando da gravação de um novo álbum do Black Sabbath no mesmo casarão estúdio onde o Yes ensaiava e gravava, “Tales From Topographic Oceans”, que o clima que se formava em torno deles era diferente.
Este foi o período quando Ozzy conheceu Rick Wakeman que naquele momento estava extremamente entediado com a gravação do novo trabalho, passou a admirá-lo muito por ser uma figura carismática e muito bem humorada, passando a ficar grandes amigos..
Este foi o período quando Ozzy conheceu Rick Wakeman que naquele momento estava extremamente entediado com a gravação do novo trabalho, passou a admirá-lo muito por ser uma figura carismática e muito bem humorada, passando a ficar grandes amigos..
Para tentar ilustrar toda esta verborragia provocada pelo álbum “Fly from here” acredito que, o bootleg, “Summer Themes”, gravado em agosto de 1989 no “The Summit Theater”, Huston, Texas, USA, seja um bom exemplo para tentar explicar este sentimento provocado pela atual banda e seu novo trabalho.
Jon Anderson - Lead Vocals, Guitars & Keyboards
Bill Bruford - Drums & Percussion
Rick Wakeman - Keyboards
Steve Howe - Lead Guitars & Vocals
Special Guests:
Tony Levin - Bass Guitars, Stick & Vocals
Milton McDonald - Guitars
Julian Colbeck - Keyboards
Tracks:
CD1
01. Time And A Word (fades in) 02:30
02. Owner Of A Lonely Heart 01:57
03. Teakbois 02:40
04. Clap 04:35
05. Mood For A Day 04:54
06. Rick Wakeman Solo 05:39
07. Long Distance Runaround (including Drum Solo) 07:21
08. Birthright 07:29
09. And You And I 10:53
10. I've Seen All Good People 09:27
11. Close To The Edge 20:44
02. Owner Of A Lonely Heart 01:57
03. Teakbois 02:40
04. Clap 04:35
05. Mood For A Day 04:54
06. Rick Wakeman Solo 05:39
07. Long Distance Runaround (including Drum Solo) 07:21
08. Birthright 07:29
09. And You And I 10:53
10. I've Seen All Good People 09:27
11. Close To The Edge 20:44
CD2
01.Themes 06:2902.Brother Of Mine 11:50
03.The Meeting 05:47
04.Heart Of The Sunrise 11:53
05.Order Of The Universe 08:52
06.Roundabout 08:37
07.Starship Trooper 15:06
LINK CD1
LINK CD2
"Rick Wakeman Solo"
"Brother Of Mine"
"Order Of The Universe"
"Starship Trooper"
2 comentários:
Olá, Gustavo!
Beleza de post e resenha! Faço coro às suas palavras! Ainda estou descobrindo novidades no "Fly From Here" ...
Engraçado ... realmente Benoit David, não se faz de "imitador" de Jon Anderson ... mas reparou como o seu timbre de voz é bem semelhante ao do Trevor Horn, quando mais novo? Será que só eu achei isso? Dê uma reouvida no "Drama" e me diga ...
Esse disco do ABWH tem as músicas muito bem selecionadas! O Yes ... oops! ABWH ... sabe como fazer! Fantásticos!
Abraços
Ricardo Triumvirat
Ricardo,
Bom dia meu amigo,
Quando vi sinalizado que havia um comentario, imaginei que ia levar uma pedrada....hahahah
Confesso que só consigo gostar de "Fly from here" isolando-o do YES, pois para mim quem toca é a "Trevor Horn Band", ai sim, outra banda, outro estilo, excelentes músicos, mas sem aura do YES....
E mais uma vez faço questão de afirmar que considero um excelente trabalho, só que não é o YES que esta à frente dele....
Quanto a Benoit David, temos que tirar o chapéu, pois mostrou personalidade, canta muito bem e a similaridade de timbre de voz com Trevor Horn, se deve ao fato, talvez por conta que praticamente todas as músicas tenham sido feitas para TH cantar há muito tempo atrás, portanto é muito provável que BD tenha tido a necessidade de chegar até ao padrão vocal TH para não afetar a estrutura musical das peças......, mas isso é apenas uma suposição.....
O importante foi ele dar conta do recado e ter mandado muito bem......
Fico extremamente grato pela sua presença aqui no blog......
Volte sempre!!!!
Abraços,
Gustavo
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