Eu nem estava pensando em resenhar algum álbum do Yes neste momento, mas como ao acaso eu encontrei este bootleg, “Monterrey 2004”, gravado em setembro de 2004, dentro de um memory card perdido, e como ele é mais um registro das comemorações dos 35 anos da banda, eu não poderia ficar em paz com minha consciência se não o visse postado no blog.
A rigor, nada de mais neste bootleg, fora o fato de ser o Yes o protagonista deste espetáculo e é exatamente neste ponto que as coisas começam a ficar um tanto obscuras e de certo modo fora de controle, pois basta ver o magnético “logo” da banda, que para mim funciona como um comando direto para o cérebro, provocando uma irresistível vontade de estar em contato, seja com um áudio ou vídeo e ao mesmo tempo eu paro para pensar porque eu estou agindo feito um retardado, mas a verdade é que a atração por tudo que envolve a banda é mais forte do que a razão.
Como a constelação de bandas do rock progressivo é praticamente ilimitada, ter uma escolha única do melhor grupo que represente a essência e a filosofia deste rico momento musical, é impossível, pois cada banda conseguiu criar um estilo próprio, o que acaba gerando um diferencial perante as demais, mas que no fundo exprime claramente o sentido da música da década de setenta.
A lista de bandas é tão extensa que não seria possível criar um paralelo entre todas elas, e se levarmos apenas em conta, as mais tradicionais e conhecidas, como o Yes, Pink Floyd, Genesis, ELP, Jethro Tull, Camel e o PFM (Sei que estou deixando um monte de gente boa de fora. Desculpem-me!!!), sem o menor temor de estar errando, eu posso afirmar que todas conseguem transmitir a mesma “mensagem”, que nos faz viajar a mais de quarenta anos, com sonoridades totalmente distintas, o que no meu entendimento impossibilita a comparação entre elas, ou seja, o nível musical daquela época teve a capacidade de gerar diversas genialidades individuais e em grupo que proporcionam até hoje este sentimento.
Eu não consigo coloca-los lado-a-lado com qualquer outra banda, pois não há o que comparar, a inexistência de qualquer tipo de semelhança é latente, assim como não compararia o Pink Floyd, Genesis ou qualquer banda entre si, pois as identidades musicais são completamente distintas, com um DNA musical muito bem definido, apenas convergentes nos objetivos de encantar e entreter.
É lógico que com o tempo, bandas com menor visibilidade e outras surgidas ao final dos anos setenta e início dos anos oitenta, naturalmente absorveram os conceitos e experiências das bandas antecessoras, o que de forma alguma é um demérito, assim como a primeira geração do rock progressivo também o fez, apenas com mais competência e desenvoltura.
Talvez a pequena vantagem que o Yes tenha em relação às demais bandas, seja o fato da banda ter sabido explorar de forma intuitiva a associação dos dois sentidos humanos necessários ao projeto “YES”, ou seja, a audição e a visão, pois o forte apelo visual que a banda criou ao longo dos tempos, e neste caso faça-se justiça, tudo por obra e graça das mãos de “Roger Dean”, um gênio do design e que por sua vez, associada a uma música não menos genial, tenha sido a química perfeita para destacar a banda das demais.
Não se trata de marketing, mas sim de uma inteligente identidade visual, que foi muito além do previsto, associando a imagem à música e assim, criando uma perspectiva emocional muito densa, que em um primeiro momento, começa no visual da capa do álbum e seus encartes, para logo em seguida misturar-se a música e numa espécie de filme mental, um enredo é claramente formado e uma “viagem” é iniciada por conta da dupla exposição aos quais nossos sentidos são submetidos nestas exposições audiovisuais.
Falei demais para meu tamanho e provavelmente muita besteira, mas o Yes é isso aí, pura emoção e inspiração, instigando os pensamentos, indo muito além do que uma simples banda de rock, nos obrigando a raciocinar a respeito de sua obra.
O melhor de tudo, é que é feito por gente, assim como nós, mas por alguma razão que desconheço, foram escolhidos a dedo por alguma "entidade mística" que os capacitou com carisma, talento e sabedoria fora do comum.
O melhor de tudo, é que é feito por gente, assim como nós, mas por alguma razão que desconheço, foram escolhidos a dedo por alguma "entidade mística" que os capacitou com carisma, talento e sabedoria fora do comum.
Quanto ao álbum, que nada falei a respeito, é lógico que ele está recomendado, pois se trata de mais um show do Yes com a sua melhor formação, elenco de músicas e com uma excelente qualidade de gravação, portanto, a ordem é ouvi-lo muito e ser feliz.
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!
YES:
Vocals: Jon Anderson Bass: Chris Squire
Guitar: Steve Howe
Drums: Alan White
Keysboards: Rick Wakeman
Tracks:
CD1
1.01 Firebird Suite (2.18)
1.02 Going For The One (5.30)
1.03 Sweet Dreams (7.39)
1.04 I've Seen All Good People (7.03)
1.05 South Side Of The Sky (12.47)
1.06 Yours Is No Disgrace (12.37)
1.07 The Clap (4.28)
1.08 Long Distance Runaround (5.10)
1.09 Wonderous Stories (4.36)
1.10 Intro (2.25)
1.11 Roundabout (5.30)
1.12 Owner Of A Lonely Heart ~ The Meeting (7.27)
CD2
2.01 And You And I (12.34)
2.02 Awaken (23.41)
2.03 Starship Trooper (14.20)
"The Meeting"
"Sweet Dreams"
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