quarta-feira, agosto 07, 2013

GRENDEL - “The Helpless” - 2008

Originária da Polônia, a banda Grendel, começou sua jornada em 2002, mas só conseguindo lançar seu primeiro álbum, “The Helpless” em 2008, e ela pode ser considerada como uma banda da terceira geração do rock progressivo, onde fortíssimas influências do Porcupine Tree e do Marillion estão presentes, ou seja, é a música se adaptando e de certo modo se reinventando para poder atender as demandas de gosto e estilo que são exigidas pelo mercado fonográfico, pela “crítica???” e principalmente pelo público.

Pesquisando um pouco sobre o nome Grendel, descobri que pelo menos umas nove bandas de rock têm esse mesmo nome, que é originário de um poema do século XI, chamado “A lenda de Beowulf” e este mesmo nome serviu de título para a obra prima do Marillion, que por um erro histórico da Indústria Fonográfica, ficou por anos a fio de fora da discografia da banda, sendo somente publicada oficialmente em 1988 em uma compilação intitulada, “B'Sides Themselves”. 

Vale lembrar que não só a Polônia, mas outros Países da Europa, principalmente os do lado oriental, são um celeiro de excelentes bandas de rock e muitas das quais, por décadas ficaram sufocadas pelo pela Guerra Fria e os regimes de exceção, e mesmo após a queda do comunismo nestes países, por muitos anos ficamos privados de ter contato com outras culturas, entretanto com o advento da internet, esta situação foi sendo minimizada e a tendência natural é que esta distância seja definitivamente zerada.

Encontrar algo novo, fora do eixo convencional do rock (EUA, Alemanha, Inglaterra, Itália e alguns outros) é sempre muito estimulante e é um sinal de recuperação cultural, bem como uma nova oportunidade de se fugir de alguns dogmas criados em torno de conceitos e/ou preconceitos que a música de uma década é mais importante e/ou influente que a outra, e invariavelmente surge como referência a música produzidas nos anos 60/70.

Eu sou um entusiasta confesso da música dos anos 60/70 e motivos para isso não falta, entretanto, atualmente estou em busca de uma renovação musical, de uma nova sonoridade, um novo ritmo, mas entendo que esperar por algo absolutamente inédito, seria um tanto insano, a menos que houvesse a possibilidade de uma “ruptura cultural”, como a ocorrida nos anos oitenta, porém o cenário atual não está dando indícios eminentes de um evento como este.

Enquanto essa “ruptura” não acontece, o que vemos, ou melhor, o que ouvimos, é o registro da lenta evolução musical sobre as gerações anteriores, onde as bandas estão em busca de sua própria identidade, o que não é nada fácil por diversos motivos, pois muitas vezes a personalidade de uma banda ou músico é formatada pelos interesses comerciais da acéfala Indústria Fonográfica, o que é uma lástima para o artista e seu público, no entanto, os polacos do Grendel, conseguiram fugir deste estereótipo, produzindo um surpreendente álbum, muito bom mesmo.

Claramente se nota a destreza e a perícia no manuseio de seus instrumentos musicais e no belo vocal, cantado em Inglês, onde a mescla de influências vindo de um passado musical mais recente, ditam a cadência e a tônica da personalidade da banda.

A música de abertura do álbum, “Signals”, na primeira audição apontou para algo muito bom de escutar, sem virtuosismos exagerados, equilibrada, consistente e um convite irrecusável a seguir para próxima faixa, “Matter of Time”, uma balada progressiva, super agradável, um passaporte direto para a faixa, “Towards The Light”, que se espelha nas guitarras pesadas do Porcupine Tree, se pondo em confronto direto com lirismo presente nas músicas do Marillion.

Esta resumidíssima sinopse é um esforço em retratar o balanço geral desta obra, que ora flerta com elementos do rock progressivo, ora com o metal e flerta também com um pop bem sofisticado e com esta fusão, fica garantido bons momentos durante toda a sua audição.

Apesar de não ser tão recente, levando-se em conta que é um álbum de 2008, ele é uma mostra que “há vida” depois dos cultuados anos setenta e que realmente vale a pena correr atrás destas novas bandas que estão surgindo, portanto, para quem está em busca de escutar algo novo, este álbum pode ser um bom começo.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!


Grendel:
Sebastian Kowgier / guitars, vocals
Ula Swider / keyboards
Czarek Swider / bass
Wojciech Bilinski / percussion

Tracks:
01. Signal (3:45)
02. Matter of Time (7:10)
03. Towards the Light (5:30)
04. Fade Memories (7:16)
05. The Helpless (7:26)
06. Main (4:35)
07. Full of Pride (5:38)
8. Illusions (11:53)


5 comentários:

Aponcho disse...

Porla#"@&dre... todavía no logro ni comenzar a bajar el de PF y ya hay uno nuevo/viejo/clásico que bajar.. así no da ni para postear nada!

Que bella prosa, que acompañada de un discurso inteligente e informado con base en la experiencia histórica hace de este post algo muy especial.
A veces me pregunto si es solo la música lo que nos reúne o también hay algo del viejo placer mundano de mantener una conversación inteligente. Como Anc. o único, Dead o la misma Lucy. Me siento como un alumno aventajado en una clase magistral, entiendo todo lo que dicen, disfruto de la historias y ademas aprendo un montón.
A veces el post y los comentarios son mejores que la música que promueven...
Saludos!

Gustavo disse...

Aponcho meu velho,

O melhor de tudo isso é poder estar em companhia de pessoas como você, que quando dão um “sumiço” fazem uma falta danada.......

Como diz nosso mais que velho ancião, o ANC, a musica é só um pretexto, um pano de fundo, pois todos nós a cada postagem aprendemos um pouco mais sobre o fascinante mundo da música, uma fonte inesgotável de saber, portanto meu velho, sempre seremos alunos uns dos outros, pois assim é a vida e o aprendizado nunca cessa......

Abraços velhão,

Gustavo

Javanes disse...

Gus, Aponcho, Carlos, Dead, Luciano, Ricardo, Lucy, WS, apenas para deixar um abraço e agradecer o post!

Anônimo disse...

Cadê o pessoal do boteco?
Quero um trago.
Bill Ward

Gustavo Menezes disse...

Velhão,

Lino recuperado: https://mega.co.nz/#!wRRjhYab!p4pModvURE5rb16eI_F22_CpCxZA9Uq_rf7auYQ8vWY

Abraços,

Gustavo