sábado, setembro 22, 2012

LED ZEPPELIN - "The Dragon Snake" - 1977

Atendendo a um pedido feito pelo meu amigo, Carlos “The Ancient”, pela primeira vez aqui no blog, vamos nós vamos abrir um espaço para o “Led Zeppelin”, o que para mim será um desafio falar a respeito, uma vez que o hard rock, não é a minha tendência musical natural e como se trata de um dos maiores ícones da música da década de setenta, todo cuidado é pouco, pois a porrada é certa se impropriedades forem proferidas. 

Analisando friamente, a década de setenta foi muito exigente quanto à qualidade dos músicos e isto já foi exaustivamente discutido aqui em relação ao rock progressivo e agora que começo a explorar outro segmento do rock, para mim um tanto obscuro, por razões óbvias, começo a enxergar que esta bendita exigência propagou-se em todas as direções, portanto, bandas como o Deep Purple, Santana, The Who, Black Sabbath, Cream e o próprio Led Zeppelin, tiveram e tem até hoje, um destaque muito importante na história da música. 

A revolução musical dos anos setenta não aconteceu por acaso e acredito que seja o momento em que vários conceitos e influências musicais se fundiram, portanto, alguns nomes anteriores a ela precisam vir à tona (só lembro-me de alguns... sei que tem muito mais gente...), como, Chuck Barry, B. B. King, Elvis Presley, mas principalmente os “Beatles”, pois como era possível encantar um planeta inteiro com uma música tão simples e às vezes até pueril, pois verdade seja dita, nenhum dos quatro Besouros de Liverpool chegava a impressionar no manejo de seus instrumentos, porém, havia um toque de “Midas” em tudo o que faziam, pois todas as músicas que fizeram, transformaram-se em ouro e são loucamente cultuadas e amadas até hoje, portanto, o negócio era ser muito bom, bom não, tinha que ser excepcional com o que faziam.  

Mas como o foco especificamente é o Led Zeppelin, eu resolvi dar uma fuçada em um bootleg que já havia pescado na internet há muito tempo atrás, intitulado, "The Dragon Snake", gravado em Huston, Texas, USA em maio de 1977, trazendo uma boa seleção de músicas que espelham uma trajetória de sucesso que banda soube promover. 

Independente de comparações que sempre existem e são inevitáveis de acontecer, portanto, daqui para frente, tudo o que for dito é apenas um sentimento particular que tenho a respeito da banda, de seus integrantes, mas principalmente de sua música, que atravessou algumas décadas, mas até hoje mantem seu encanto e ainda atrai muitos jovens para ela. 

Meu primeiro contato com o Led Zeppelin deu-se tardiamente com a música “Kashmir” que de início eu achava que era de alguma banda de rock progressivo, engano que logo tratei de corrigir para não passar mais vergonha. 

Dissecando um pouco esta música, que para mim é uma obra de arte e para os entendidos no assunto, sendo a maior realização musical da banda, teve sua letra escrita ainda em 1973 por Robert Plant, quando esteve na parte Marroquina do Deserto do Saara, mas seu lançamento aconteceu apenas em fevereiro de 1975, quando do lançamento do álbum duplo em vinil, “Physical Graffiti” que foi um dos que mais tiveram sucesso. 

A emoção e a intensidade que a música “Kashmir” provoca é tanta que, em um primeiro momento o que bate no coração e na mente é o equivalente a uma viagem “progressiva”, semelhante a um passeio sobre, “Close to the Edge”, talvez até por conta dos teclados que ficaram a cargo de John Paul Jones e que proporcionaram uma terceira dimensão a esta música. 

A música que abre este show, “The Song Remains The Same” é um coice com as quatro patas no cérebro, ou seja, é a “pauleira pura”, vindo de quatro brilhantes músicos, sem muitas frescuras e pirotecnias, estavam ali doando sua alma à música, na forma mais visceral e selvagem, levando literalmente a um transe hipnótico a todos os seus fãs, fato este similar, acontecendo também, com Pink Floyd e muitos outros que por muitos anos só tiveram uma única preocupação na vida, “tocar muito” e nada mais. 

Neste bootleg, são dezenove músicas altamente conhecidas e falar algo sobre todas elas seria inviável e ia transformar esta resenha em uma lista telefônica, portanto, gostaria apenas de comentar algo a respeito da música, “The Battle of Evermore” que com sua “simplicidade Franciscana”, mostra claramente a índole da banda em um momento de introspecção. 

Sua essência prova que, “Os Brutos Também Amam”, indo muito além da linda, “Starway to Heaven”, que para os mais incautos como eu, sempre apareceu como uma das mais conhecidas e deve ser mesmo, pois nem as Rádios FM’s conseguiram escapar de seu apelo emocional, mas mesmo assim com todo o seu encanto e lirismo, ela não consegue despir seus criadores da armadura do “Heavy Metal” e mostrar realmente quem são e do que foram capazes de fazer. 

Os quatro músicos, inegavelmente são “feras” para mim, naquilo que se propuseram a fazer e é lógico que as comparações existem, uma vez que cada um tem sua percepção aguçada para este ou aquele detalhe, fora a empatia visual que absorvemos e transformamos em um estímulo positivo ou negativo. 

O Led Zeppelin é um nome de destaque na história da música, assim como vários outros, deixando um legado de nove álbuns de estúdio, nove compilações, e mais três oficiais gravados ao vivo, fora logicamente um sem número de bootleg, assim como este, portanto, não resta nada mais a fazer, senão recomendar muito este álbum e próprio Led Zeppelin e esperar uma chuva de pedras pela minha ousadia em entrar as cegas em uma seara muito obscura para mim.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Led Zeppelin:
Jimmy Page
John Paul Jones
Robert Plant
John Bonham


Tracks:
CD1:
01 - The Song Remains The Same
02 - Sick Again
03 - Nobody's Fault But Mine
04 - In My Time of Dying
05 - Since I've Been Loving You
06 - No Quarter

CD2:
07 - Ten Years Gone
08 - The Battle of Evermore
09 - Going to California
10 - Black Country Women
11 - Bron-Y-Aur Stomp
12 - White Summer-Black Mountain Side
13 - Kashmir

CD3:
14 - Out On The Tiles-Moby Dick
15 - Guitar Solo
16 - Achilles Last Stand
17 - Stairway to Heaven
18 - Rock and Roll
19 - Trampled Under Foot

"The Song Remains The Same"

"Kashmir" 

"The Battle of Evermore" 

4 comentários:

Anônimo disse...

Mano Véio.....e Véio Dead ( que com certeza já deve ter lido essa belíssima resenha...)

Eu na condição ( e é assim que me vejo onde tenho liberdade de expressar meu sentimento ..) de colaborador, gostaria não de escrever alguma coisa sobre o Zep,,,mas de deixar as seguintes pontuações sobre sua resenha Mano Véio.

- As décadas de 60 e 70 podem ser consideradas como o Renascimento Cultural do século XX...

- A qualidade, o nível absoluto de exigência, o perfeccionismo dos músicos e seus respectivos surtos de criatividade, comprovam o que você diz.,,,Quem duvida do que estou falando, veja a programação de hoje do canal Multishow HD.

- O maior talento e mérito do Beatles estavam na sua criatividade e capacidade de experimentar e buscar coisas que nunca haviam sido feitas ainda...Muito diferente dos Stones, que jamais quiseram se ver livres do Rhythm and blues.

- As duas canções que você citou do Zep, Kashmir e The Battle of Evermore tem no CD DVD Unledded versões que na minha opinião superam as originais...

- The Song Ramains the Same, foi a primeira música que ouvi do Led ( Stairway to Heaven não vale)...E confesso que jamais a ví como estilo pauleira...Mas algo indiscritível,...Pauleira é Whole Lotta Love, Paranoid, Burn....The Song, para mim é a "definição definitiva " do que o Zep É....Até então, nunca tinha ouvido um vocal com timbres de agudo tão perfeitos, e a versão em estúdio para mim é imaculada, pois ao vivo, nunca ví Robert Plant atingir as notas de estúdio...

- O Zep, emparelhou com Purple e Sabbath, nos anos 70....Mas foi infinitamente melhor do que eles, pois fez uma obra contemplando todos os estilos com o mais alto nível..Since I've Been Loving You...( de novo, na minha humilde opinião ) é um melhor blues que nem os The Fuck Stones jamais poderiam fazer...

- O Zep é melhor que o Purple e o Sabbath, porque parou na hora certa...Talvez o medo de continuar nos anos 80, os livraram do fiasco que essa década foi para seus concorrentes dos anos 70...O Zep é produto fiel e original desta década, e como tal - insisto -assim como os Beatles parou quando tinha que parar...No final do seu período de Apogeu e Glória...

- Dead. tudo o que você falou sobre o Zep a partir dos anos 80 quanto à qualidade musical, eu concordo e assino em baixo, o primeiro álbum do Robert Plant Pictures at Eleven, tinha uma música que minha turma brincava dizendo que tinha sido composta pelo glorioso LuLu Santos...´Discutir o caminho solo de cada um, é possível e permitido, Led Zeppelin é outra coisa...

- E quero deixar claro que tenho todo acervo do Purple e Sabbath..que para mim, foram também Mestres dos Anos 70....Pra dizer a verdade, o único cara dessa turma que se deu bem na década de 80 chama-se Ozzy Osbourne!!!!!

- Mano Véio!!!!!!! Obrigado por ter atendido ao meu pedido!!!!!!! Vou te dizer uma coisa, o nível tá tão ruim hoje em dia, que a melhor coisa que você pode fazer, é buscar outros estilos e frentes dos anos 70...

Como já afirmei anteriormente, até o Brega daquela época é disparado melhor do que o que se faz hoje!!!!

´´´´E por fim...notícia de última hora!!!! Chris Squire afirmou que devido ao alto nível de qualidade de Jon Davison, o Yes vai entrar em estúdio ano que vem, para fazer um trabalho com a cara dos velhos tempos...Aproveitei e dei uma conferida no meu material do Glass Hammer, e é verdade..O Cara é Foda!!!!!

ABRAÇO.....FORÇA....SUCESSO!!!!!!!

Carlos "The Ancient"

Heloísa Rock disse...

Gustavo!
Fiquei passada com sua resenha! Vc sabe como amo o Led!
"Achilles Last Stand" é um arraso! Todas as vezes que a ouço parece que vejo o "Bonzo" arregaçando a bateria!
Concordo em gênero, número e grau com nosso amigo "The Ancient": gosto mais das versões de Kashmir e Battle of Evermore do Unledded.
"Carouselambra" é uma das minhas favoritas. Nesta música o Plant mostrava sua potência na última estrofe: "Take of the fruit, but guard the seed"...(o seed dele ele canta: "seeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeed".... kkkkkkkk, excelente!
Vou parar por aqui pq a empolgação é muita!
Ah, se vc for postar algo só sobre o Plant, não esqueça de "Operator"!!!!!!!!! Que blues!

Dead or Alive disse...

Deixei esse comentário em lugar errado, mas como sou lobo mesmo copio e colo de mim mesmo qdo nao faço dos outros,rs




Dead or Alive22 de setembro de 2012 09:00

Carlos, my dear friend, melhor que Moby, Ian Paice, melhor que ele Neil Peart, melhor que ele........agora brazuca tem que fuder tudo prq numa eleição dessas eles nunca se lembram do Pedrinho do SNdCD que infelizmente morreu mas é só pegar os caras da época como eu que tava com eles (vide Manito) pra saber que temos bateras maravilhosos mas esses merdas de jornalistazinhos (que nunca quis ser, posso por tempo de serviço mas sou radialista e amo o que sou) e críticios só sabem do que vem na hora do que ouvem no rádio e seguem a maré que é mais fácil.
Quem já viu bateras como Netinho solando, Rolando Castello Júnior do Patrulha,Igor Cavaleira,Kiko Freitas - João Bosco, Frank Solari entre tantos nem imagina o universo que existe fora do mundinho uol deles ou qqr outro que se lançe a uma enquete como essa.
O moby pra mim tinha uma tirada que só o Paice tb faz, ele sempre tocava uma batida atrás do ritmo da música o que fazia toda a diferença e caracterizava o que chamam de mais força e na realidade ele ficava por segundos solto no ar e só, como um beija flor pairando no ar, Kashmir é o melhor exemplo disso, Zep meu caro Ancient é uma puta banda. Poucos serão ou chegarão sequer perto do que eles prodiziram e Houses of the Holy talvez um dos albuns mais lindos que já ouvi e super produzidos por JPJones onde até as afinações vocais do Plant foram encaixadas por ele. Então posso parecer tosco qdo defendo meu ponto de vista mas não sou tão burro não pra negar o talento de cada um, mas quem que vai votar em restart, conhece o Munetaka Higuchi (conheceu?). Num dá véio é alhos com bugalhos, e a cabeça de bagre desses caras num vai mudar nunca e olha que escrevi pra os obundsmans da folha por mais de 10anos e tenho amizade com muitos, mas eles mesmo me diziam que os críticos e colunistas seguiam que nem cavalo de parada, então vamos nós no nosso pequeno universo, nos divertindo como eu agora ao som de No Quarter original numa gravação mono que tenho.
Enjoy!!!!!!!!!!!

Gustavo disse...

Meus amigos,

"Carlão", "Helô", "Dead", eu me meti em uma seara que não é muito a "minha praia", apenas botando pra fora apenas o que sinto pelo "LZ", sem levar em conta a performance individual de cada membro da banda ou mesmo fazendo comparações com outros artistas.........

Espero que me compreendam.......


Obrigado a todos pela audiência, mas principalmente pela paciência......


Abraços,


Gustavo