quarta-feira, agosto 29, 2012

YES - "Monterrey 2004" - 2004

Eu nem estava pensando em resenhar algum álbum do Yes neste momento, mas como ao acaso eu encontrei este bootleg, “Monterrey 2004”, gravado em setembro de 2004, dentro de um memory card perdido, e como ele é mais um registro das comemorações dos 35 anos da banda, eu não poderia ficar em paz com minha consciência se não o visse postado no blog. 

A rigor, nada de mais neste bootleg, fora o fato de ser o Yes o protagonista deste espetáculo e é exatamente neste ponto que as coisas começam a ficar um tanto obscuras e de certo modo fora de controle, pois basta ver o magnético “logo” da banda, que para mim funciona como um comando direto para o cérebro, provocando uma irresistível vontade de estar em contato, seja com um áudio ou vídeo e ao mesmo tempo eu paro para pensar porque eu estou agindo feito um retardado, mas a verdade é que a atração por tudo que envolve a banda é mais forte do que a razão.

Como a constelação de bandas do rock progressivo é praticamente ilimitada, ter uma escolha única do melhor grupo que represente a essência e a filosofia deste rico momento musical, é impossível, pois cada banda conseguiu criar um estilo próprio, o que acaba gerando um diferencial perante as demais, mas que no fundo exprime claramente o sentido da música da década de setenta. 


A lista de bandas é tão extensa que não seria possível criar um paralelo entre todas elas, e se levarmos apenas em conta, as mais tradicionais e conhecidas, como o Yes, Pink Floyd, Genesis, ELP, Jethro Tull, Camel e o PFM (Sei que estou deixando um monte de gente boa de fora. Desculpem-me!!!), sem o menor temor de estar errando, eu posso afirmar que todas conseguem transmitir a mesma “mensagem”, que nos faz viajar a mais de quarenta anos, com sonoridades totalmente distintas, o que no meu entendimento impossibilita a comparação entre elas, ou seja, o nível musical daquela época teve a capacidade de gerar diversas genialidades individuais e em grupo que proporcionam até hoje este sentimento. 

Eu não consigo coloca-los lado-a-lado com qualquer outra banda, pois não há o que comparar, a inexistência de qualquer tipo de semelhança é latente, assim como não compararia o Pink Floyd, Genesis ou qualquer banda entre si, pois as identidades musicais são completamente distintas, com um DNA musical muito bem definido, apenas convergentes nos objetivos de encantar e entreter. 

É lógico que com o tempo, bandas com menor visibilidade e outras surgidas ao final dos anos setenta e início dos anos oitenta, naturalmente absorveram os conceitos e experiências das bandas antecessoras, o que de forma alguma é um demérito, assim como a primeira geração do rock progressivo também o fez, apenas com mais competência e desenvoltura. 

Talvez a pequena vantagem que o Yes tenha em relação às demais bandas, seja o fato da banda ter sabido explorar de forma intuitiva a associação dos dois sentidos humanos necessários ao projeto “YES”, ou seja, a audição e a visão, pois o forte apelo visual que a banda criou ao longo dos tempos, e neste caso faça-se justiça, tudo por obra e graça das mãos de “Roger Dean”, um gênio do design e que por sua vez, associada a uma música não menos genial, tenha sido a química perfeita para destacar a banda das demais. 

Não se trata de marketing, mas sim de uma inteligente identidade visual, que foi muito além do previsto, associando a imagem à música e assim, criando uma perspectiva emocional muito densa, que em um primeiro momento, começa no visual da capa do álbum e seus encartes, para logo em seguida misturar-se a música e numa espécie de filme mental, um enredo é claramente formado e uma “viagem” é iniciada por conta da dupla exposição aos quais nossos sentidos são submetidos nestas exposições audiovisuais. 

Falei demais para meu tamanho e provavelmente muita besteira, mas o Yes é isso aí, pura emoção e inspiração, instigando os pensamentos, indo muito além do que uma simples banda de rock, nos obrigando a raciocinar a respeito de sua obra.

O melhor de tudo, é que é feito por gente, assim como nós, mas por alguma razão que desconheço, foram escolhidos a dedo por alguma "entidade mística" que os capacitou com carisma, talento e sabedoria fora do comum. 

Quanto ao álbum, que nada falei a respeito, é lógico que ele está recomendado, pois se trata de mais um show do Yes com a sua melhor formação, elenco de músicas e com uma excelente qualidade de gravação, portanto, a ordem é ouvi-lo muito e ser feliz. 

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

YES:
Vocals: Jon Anderson
Bass: Chris Squire
Guitar: Steve Howe
Drums: Alan White
Keysboards: Rick Wakeman

Tracks:
CD1
1.01 Firebird Suite (2.18)
1.02 Going For The One (5.30)
1.03 Sweet Dreams (7.39)
1.04 I've Seen All Good People (7.03)
1.05 South Side Of The Sky (12.47)
1.06 Yours Is No Disgrace (12.37)
1.07 The Clap (4.28)
1.08 Long Distance Runaround (5.10)
1.09 Wonderous Stories (4.36)
1.10 Intro (2.25)
1.11 Roundabout (5.30)
1.12 Owner Of A Lonely Heart ~ The Meeting (7.27)
CD2
2.01 And You And I (12.34)
2.02 Awaken (23.41)
2.03 Starship Trooper (14.20)


"The Meeting"

"Sweet Dreams"

quarta-feira, agosto 22, 2012

EMERSON LAKE & PALMER - Brain, Salad, Surgery - 1973/2008

Há muito tempo atrás, e bota tempo nisso, eu fiquei frente a frente com o álbum, Brain Salad Surgery, encantado com a capa, que para mim estava contando alguma história, mesmo sem eu ter a menor ideia do que seria o seu conteúdo, mas o fato é que havia alguma mensagem subliminar naquela arte gráfica, que anunciava algo de espetacular, fora do comum e eu na minha ingenuidade musical dos meus quinze ou dezesseis anos, totalmente hipnotizado pela imagem, adquiri o vinil (LP) e nunca mais eu fui a mesma pessoa. 

Levando-se em conta que aquela época meu contato com o rock progressivo mal estava começando, pois eu lembro que eu encontrei uma fita K7, com algumas músicas do Genesis e do Yes e comparando com às músicas que habitualmente se escutava na minha casa, tudo soava muito estranho e quando o ELP entrou pela primeira vez em minha vida, mais estranho tudo ficou. 

A música, “Jerusalem” que abre o álbum, simplesmente linda, mas que num primeiro momento parece ser um tanto religiosa,  para em seguida ser literalmente varrida do meu cérebro, por “Toccata”, que é uma epopéia de Moog’s e Hammonds duelando, dada a sua intensidade e velocidade, muito bem acompanhada de uma bateria insana que por sua vez, era perseguida bem de perto por um baixo não menos insano. 

“Still... You Turn Me On” é o ponto de equilíbrio do álbum e sob todos os aspectos, talvez uma das mais bonitas e intrigantes músicas que fizeram, pois perto do que habitualmente faziam, era de uma simplicidade “Franciscana” e “Benny The Bouncer” que apesar de situar-se um tanto fora do contexto deste álbum, não chega a ser uma música ruim, para então chegarmos ao ápice do álbum, com “Karn Evil 9”, uma mega suíte dividida em três partes. 

É exatamente neste ponto que a minha viagem rumo ao rock progressivo, com direito a apenas a passagem de ida, começa e praticamente quarenta anos depois eu ainda sou atraído por essa música, que sabiamente profetizou ao mundo em sua letra, “Welcome Back my Friends to the Show That Never Ends........”, e eis que aqui estou, curtindo até hoje este álbum e a tudo de bom que o ELP e o universo do rock progressivo, magicamente souberam construir, pois "o show nunca tem fim" e assim como eu, acredito que muitos outros se sintam nesta situação. 

Emerson Lake & Palmer
Logicamente tudo isto é fruto da dedicação e da doação do talento e da inteligência de três jovens músicos, que cronologicamente até 1973 já havia lançado cinco álbuns (contando com este) de grande sucesso de crítica e público e eu comecei logo por este, que serviu de pretexto para a criação de um álbum triplo (em vinil), gravado ao vivo, chamado, “Welcome Back my Friends to the Show That Never Ends”, para mim, um dos melhores álbuns da história do rock. 

“Karn Evil 9” impressiona pela sua diversidade musical e por sua generosidade em permitir ao “Power trio” extravasar todo o vigor musical contido em suas almas, transformando essa sinergia em uma música hipnótica e magnética ao mesmo tempo, pois é difícil não ficar atento ao seu forte e variado enredo. 

A rigor, não haveria a menor necessidade de se fazer uma postagem para este álbum, por razões óbvias, mas como um raro momento de “insight”, não deve ser desperdiçado, principalmente por nós, que somos jovens há muito tempo e com os neurônios desgastados pelo  uso contínuo, então, para não cair no esquecimento eu senti necessidade de escrever alguma coisa.

Chamar a atenção para um trabalho como este, é antes de tudo, uma obrigação de quem teve o privilégio de viver uma era musical de ouro, inigualável,  então,  só resta recomendar este álbum que não pode faltar na coleção de quem gosta de música de verdade e que neste caso vem acrescido de várias faixas bônus em comemoração aos seus trinta e cinco anos de criação.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!! 

Musicians:
Keith Emerson / keyboards
Greg Lake / vocals, bass, electric & acoustic guitar
Carl Palmer / drums, percussion

Tracklist:
Disc 1:
01. Jerusalem
02. Toccata (An Adaptation Of Ginastera's 1st Piano Concerto, 4th Movement)
03. Still... You Turn Me On
04. Benny The Bouncer
05. Karn Evil 9: 1st Impression - Part 1
06. Karn Evil 9: 1st Impression - Part 2
07. Karn Evil 9: 2nd Impression
08. Karn Evil 9: 3rd Impression

Disc 2:
01. When The Apple Blossoms Bloom In The Windmills Of Your Mind I'll Be Your Valentine Time
02. Brain Salad Surgery
03. Karn Evil 9: 3rd Impression (Original Backing Track)
04. Jerusalem
05. Still ... You Turn Me On
06. Toccatta (First Mix)
07. Karn Evil 9 1st Impression #1 (35th Anniversary Version)
08. Karn Evil 9 1st Impression #2 (35th Anniversary Version)
09. Karn Evil 9 2nd Impression (35th Anniversary Version)
10. Karn Evil 9 3rd Impression (35th Anniversary Version)
11. Excerpts From Brain Salad Surgery (NME Flexidisc)
12. Hidden Track


LINK REMOVIDO PELOS FDP's DA DMCA


"Karn Evil 9"

"Toccata"

segunda-feira, agosto 13, 2012

QUATERNA RÉQUIEM - "O ARQUITETO" - 2012

Eis que chega o momento tão esperado pelos amantes do rock progressivo e em especial, para os fãs do Quaterna Réquiem, pois a banda finalmente vai lançar o álbum, “O Arquiteto”, em um "Pocket show e Noite de Autógrafos", que vai acontecer no dia 17 de agosto, às 20hs na “Argumento Livraria”, Rua Dias Ferreira, nº 417, no Leblon, Rio de Janeiro. 

Quando digo que o momento é tão esperado, é porque era muito esperado mesmo, pois logo no início das atividades do blog, em março de 2010, em uma resenha que havia feito sobre o antológico álbum, “Livre”, gravado na casa de espetáculos “Scala” em 1999, eu já tinha a notícia do lançamento deste álbum, e hoje, dia 13/08/2012, fui surpreendido, por um comentário deixado pelo blog da banda, QUATERNA RÉQUIEM, comunicando o lançamento do álbum nesta semana. 

Para quem ainda não tem ideia da temática do álbum, resumidamente o que se sabe, é que será uma suíte, dividida em cinco partes, onde são explorados os estilos de cinco grandes arquitetos, em épocas e de países diferentes (Itália, França, Espanha, USA e o Brasil) que serviram para alavancar a inspiração necessária para mais um grande álbum. 

O arquiteto brasileiro homenageado, não poderia ser outro, senão, Oscar Niemayer, que generosamente, agradeceu a banda com as seguintes palavras: 

“Além de agradecido pela gentileza de uma faixa musical dedicada a mim, constatei que o CD "O Arquiteto" lançado pelo grupo musical Quaterna Réquiem mostra a capacidade de suas músicas em ver e sentir a arquitetura do mesmo modo que sua própria música. 

Um projeto da mais alta qualidade e conteúdo artístico, que muito me agradou." 

Oscar Niemayer – 15/04/2012 

Só resta então, pedir aos amigos e frequentadores do blog, que passem esta gratíssima notícia a diante, pois se trata de um evento imperdível e que é muito importante e especial para a música brasileira, para o rock progressivo e para os seus fãs que há muito tempo estão à espera deste álbum. 

IMPERDÍVEL!!!!

Quaterna Réquiem:
Elisa Wiermann - Piano e Sintetizadores
Kleber Vogel - Violino
Cláudio Dantas - Bateria e Percussão
Roberto Crivano - Guitarra e Violão
Jorge Mathias - Baixo


Clipe - "O Arquiteto"

terça-feira, agosto 07, 2012

GENESIS - "The Lamb Lies Down On Broadway - Live In Liverpool" - 1975

Gravado em abril de 1975, no Empire Theater, Liverpool, Inglaterra, em plena “The Lamb lies Down Tour”, mais uma vez o Genesis apresentava sua obra máxima, e quando digo mais uma vez, é porque foram um total de cento e duas apresentações de “The Lamb Lies Down On Broadway”, até a saída definitiva de Peter Gabriel da banda em agosto deste mesmo ano. 

Realmente, o álbum, “The Lamb Lies Down On Broadway”, é uma obra máxima para o Genesis, por ser totalmente conceitual, mas também, é uma obra definitiva, não só para a banda, mas também para seus fãs, uma vez que, este álbum marca o final de uma era coroada de sucessos, um seguido do outro, iniciado com o primeiro álbum da fase progressiva, “Trespass”, até chegar a este. 

Cortesia: http://velhidade.blogspot.com.br
O Genesis "pós", “The Lamb Lies Down On Broadway”, é outro momento da banda que carrega uma nova e própria história, a ser abordada em outra oportunidade, mas que no fundo se confunde com a história do rock, onde a saída de músicos fundamentalistas, tem se mostrado de certa forma, rotineira nas grandes bandas de rock, independente da tribo que faça parte. 

Existe certa similaridade de fatos e acontecimentos, por exemplo, entre o Genesis e o Pink Floyd, pois da mesma forma que Roger Waters saiu de sua banda, com fama de maluco, encrenqueiro, ditador e tudo mais, por conta do álbum, “Final Cut”, o mesmo aconteceu com Peter Gabriel, pois justamente, “The Lamb Lies Down On Broadway”, foi estopim de sua saída, pois seu enredo foi delineado a partir de sonhos que havia tido, ou seja, é mais um grande músico, em um momento de explosão de talento e criatividade, não sendo compreendido pelos demais membros da banda. 

Cortesia: http://velhidade.blogspot.com.br
Peter Gabriel queria a todo custo escrever detalhadamente a historia e todas as letras das músicas, fato este que acabou não acontecendo, primeiramente, pela forte oposição de Mike Rutherford a este projeto, pois ele queria musicar a história do “Pequeno Príncipe”, mas principalmente por conta de problemas familiares que teve com sua esposa, o que foi um golpe de misericórdia em seu projeto, portanto, Peter Gabriel ficou de fora da fase mais criativa do processo, apenas participando da fase de pré-produção do álbum. 

Ele teve vontade de transformar em filme este seu “devaneio noturno”, chegando inclusive a procurar os produtores e o diretor de “O Exorcista”, com algumas ideias e esboços de um roteiro para o filme, mas também sem sucesso, e com uma forte pressão que os demais membros da banda exerceram, não muito conformado, voltou aos estúdios, terminou o álbum, cumpriu com todos os seus compromissos relativos aos shows e ao fim da turnê, anunciou sua saída e começou sua brilhante carreira solo. 

Cortesia: http://velhidade.blogspot.com.br
Que “The Lamb Lies Down On Broadway” é um excelente trabalho, eu não nego, e confesso que gosto muito mesmo, mas eu não trocaria por nada deste mundo, a música, “Supper’s Ready”, para mim, é de longe o auge da banda, a síntese do progressivo mais carnal e minimalista ao mesmo tempo.

Esta música que está acima do bem e do mal,  proporcionou uma oportunidade impar a todos o músicos mostrarem seu talento e criatividade, por conta da sua generosidade musical, sem dúvidas, um marco na história da música e do rock, tão perfeita em sua origem, que nem Phil Collins conseguiu deturpá-la. 

Viajei na maionese, me desculpem, então, vamos voltar ao que interessa, ou seja, esta apresentação de “The Lamb Lies Down On Broadway” na íntegra, que dispensa maiores comentários a respeito de seu conteúdo, por ser de conhecimento popular, mas apenas gostaria de  enfatizar a música final, que com a força de uma apunhalada no coração, é tocada a música, “The Knife”, extraída do álbum, “Trespass”, o primogênito de uma série de álbuns que compõem a família progressiva do Genesis, para encerrar mais um concerto de rock. 

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Genesis:
Mike Rutherford – bass, twelve-string guitar, bass pedals
Phil Collins – drums, percussion, vibraphone, backing vocals
Steve Hackett – guitars
Tony Banks – keyboards, piano
Peter Gabriel – vocals, flute, oboe

Tracks:
Disc 1: 
01. The Lamb Lies Down On Broadway
02. Fly On A Windshield
03. Broadway Melody Of 1974
04. Cuckoo Cocoon
05. In The Cage
06. The Grand Parade Of Lifeless Packaging
07. Back In N.Y.C.
08. Hairless Heart
09. Counting Out Time
10. Carpet Crawlers
11. The Chamber Of 32 Doors
12. Lilywhite Lilith
13. The Waiting Room

Disc 2.
01. Anyway
02. Here Comes The Supernatural Anaesthetist
03. The Lamia
04. Silent Sorrow In Empty Boats
05. The Colony Of Slippermen
06. Ravine
07. The Light Dies Down On Broadway
08. Riding The Scree
09. In The Rapids
10. It
11. The Knife
LINK

"The Lamb Lies Down on Broadway  - Live in iverpool - 1975 - (audio)"

"The Lamb Lies Down on Broadway  - Live in iverpool - 1975 - (vídeo)"

quarta-feira, agosto 01, 2012

YES - "Soon The Light" - 1975

O ano é o de 1975, o local era o Long Beach Arena - CA, USA,   a banda o Yes e o show, “Soon The Light”, marcando um dos melhores momentos da banda, mesmo que desfalcado de Rick Wakeman, que neste momento dedicava-se intensamente a sua carreira solo. 

Ele foi substituído por Patrick Moraz que foi uma peça fundamental para o êxito de Relayer, um dos álbuns mais cultuados do Yes e também foi o responsável por momentos memoráveis que a banda proporcionou aos fãs, quando realizava a “Relayer Tour” entre a Europa e os EUA. 

Este bootleg traz na integra o álbum de estúdio “Relayer”, acompanhado de tudo o que o Yes já havia feito de melhor, como Close To The Edge, “Long Distance Runaround”, “And You And I”, “Ritual”, “Roundabout”, curiosamente,  "Sweet Dreams", que por sinal eu adoro, mas confesso achei estranho ela encerrar o show, tendo em vista ser uma música muito simples para os padrões da banda, mas como é o Yes, tudo é possível e tudo agrada. 

O elenco de músicas é irrepreensível e o elenco de músicos idem e como única novidade, o terceiro tecladista que passava pela banda, o Franco-Suíço, Patrick Moraz, que tinha a titânica tarefa de suprir uma ausência que no meu entendimento, era impossível de suprir. 

Inteligentemente ele soube usar o “improviso” e as “experimentações”, muito comuns no Jazz-rock de onde era oriundo, como uma ferramenta de convencimento perante o público e principalmente perante a banda, que pelo menos naquele momento ele poderia ser útil e estar ocupando aquele lugar. 

De fato, aconteceu e foi justamente por conta das diferenças de estilo musical entre ele e Rick Wakeman que tinha uma orientação mais voltada à música clássica, que por quase uns três anos, foi possível sustentar a sua permanência junto à banda, que sempre primou pela excelência e pelo virtuosismo individual, que quando somados, transformavam-se em uma explosão de talento e emoções, que eram simbolizados por apenas três letras, que juntas sintetizavam uma simples e única palavra, “YES”

O Yes tem um diferencial em relação a outras bandas que é difícil de explicar, e isto não significa que por conta disto, seja melhor ou mais eficiente ou qualquer coisa que o valha, mas existe algum magnetismo ou química que de alguma forma chama a atenção (pelo menos a minha) e sempre é uma emoção diferente estar em contato com a música do Yes

No fundo, ela chega a ser tridimensional, pois a música produzida sempre esteve muito associada a imagens das capas dos álbuns, que de antemão, contavam a história do que iríamos escutar e este fenômeno tem um nome, Roger Dean, um mestre e virtuoso do design, que com seu traço, possibilitou esta sinergia entre o som e a imagem elevando-a a outro plano. 

Era angustiante ficar esperando um novo álbum chegar e quando acontecia, era uma loucura, pois em muitos casos, eram meses de espera para um novo álbum do Yes chegar até o Brasil, o que para nós, era uma eternidade, já que a velocidade dos acontecimentos e a facilidade em ter acesso a eles não era como vivemos hoje e quando muito, as ondas de rádio eram a Internet dos anos setenta.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Yes:
Jon Anderson - Vocal principal, Violão, Percussão
Chris Squire - Baixo, Vocal de apoio
Steve Howe - Guitarra, Violão, Guitarra Steel com pedal, Cítara elétrica, Vocal de apoio
Patrick Moraz - Sintetizador, Teclado, Piano
Alan White - Bateria, Percussão


Tracks:
01 - Firebird Suite
02 - Sound Chaser
03 - Close to the Edge
04 - To Be Over
05 - The Gates of Delirium
06 - Your Move
07 - Mood for a Day
08 - Long Distance Runaround
09 - Patrick Moraz Solo
10 - Clap
11 - And You And I
12 - Ritual
13 - Roundabout
14 - Sweet Dreams

LINK

Como não existem vídeos disponíveis com a apresentação deste bootleg, os vídeos apresentados abaixo, são da apresentação antológica que fizeram no mesmo ano no Queens Park Rangers, na Inglaterra.



"Firebird Suit"

"Sound Chaser"

"Sweet Dreams"