Passado algum tempo do lançamento de “Fly from Here”, se não me falha a memória em junho do presente ano, o que se pôde notar é que houve uma expectativa muito grande, pois afinal o Yes, mais uma vez desfigurado de sua forma clássica, não entrava em um estúdio desde 2001, quando lançou “Magnification”, porém desta vez esta suposta desfiguração de seu elenco, deu certo, sou obrigado a reconhecer.
Eu mesmo recebi com muita reserva este novo trabalho, tanto que quando o postei pela primeira vez, descaradamente omiti minha opinião, apenas resenhando de forma bem superficial e totalmente “em cima do muro”, para não cometer uma injustiça antes mesmo de conhecer o novo trabalho que para mim a principio já tinha ranço de velho, pois foi feito em cima de um material da década de oitenta, criado por Trevor Horn em conjunto com Geoff Downes.
Pois bem, da mesma forma que procedi com o álbum “Drama” o qual fazia parte da minha lista pessoal dos “álbuns malditos”, faço o mesmo com “Fly From Here” que de alguma forma da sequência, trinta anos depois a "Drama" como se fosse uma evolução musical que ficou em um casulo, virou larva e agora toma forma e nos encanta com sua beleza.
Ele não chegou a entrar na lista, mas confesso que esteve bem próximo, portanto, isento de qualquer preconceito, apenas focando a música, chego à conclusão que fiquei diante de um novo estilo de música, situando-se entre um pop sofisticado e o rock progressivo clássico, digamos que seja um “ Poregssive New Wave”, que diferentemente do “Neo Prog”, não é metálico e sim, suave .
Ele não chegou a entrar na lista, mas confesso que esteve bem próximo, portanto, isento de qualquer preconceito, apenas focando a música, chego à conclusão que fiquei diante de um novo estilo de música, situando-se entre um pop sofisticado e o rock progressivo clássico, digamos que seja um “ Poregssive New Wave”, que diferentemente do “Neo Prog”, não é metálico e sim, suave .
“Fly From Here” tem a poesia, o lirismo e até certa teatralidade que permeia e define o rock progressivo, porém com menos firulas e arabescos, mais leve e simples, o que confunde um pouco com legenda que o Yes carrega em seu DNA e nós da velha-guarda Yesmaníaca com certeza nos resentimos muito disso, portanto um pouco de disciplina é necessário, mas isso, são pequenos detalhes, perto do que este álbum oferece.
Obviamente não dá para tentar traçar paralelos entre este álbum e os mais antigos como “Fragile”, “Close to the Edge” ou qualquer outro da década de setenta, pois as condições das duas épocas são completamente diferentes e seria injusto com o atual trabalho, portanto, o único paralelo que podemos traçar para aferir o atual trabalho, é o álbum “Drama”, pois eles estão interligados por um cordão umbilical, levando-se em consideração que são gemeos, com datas de nascimento diferentes.
E a rigor a minha implicância inicial foi exatemente por esta ligação, o que é uma bobagem, mas afinal ninguém é perfeito e muito recentemente reconheci o valor musical de “Drama”, o que torna esta ligação muito bem vinda.
Assim como no passado, o trabalho atual, não exige grandes virtuosismos por parte dos músicos, sustentando-se apenas em cima do tema proposto, que foi atualizado para o presente, assim, possibilitando uma maior proximidade com um público mais jovem, cansado de um Pop que se arrasta a algumas décadas, cedendo espaço para outras influências como a presente em “Fly From Here”.
Vale destacar a presença de Benoit David, pois apesar da certa similaridade vocal que tem com a de Jon Anderson, notadamente esforça-se para que não haja esta comparação ou dúvida a seu respeito, o que denota uma maturidade e firmeza de caráter muito positiva e sem sombra de dúvidas podemos considerá-lo um grande vocalista com um futuro brilhante dentro ou fora do Yes, pois talento ele tem de sobra.
Outro personagem que merece ser lembrado também é Geoff Downes, que a rigor tem uma atuação discreta, sem grandes solos, mas que na medida certa, sustenta muito bem o tema, criando um cenário futurista, sem abusos ou exageros.
Observando-se atentamente, o álbum é muito bem produzido, encantando de cara com a ilustração de capa, assinada pelo mago dos pincéis, Roger Dean, que mais uma vez abusou de sua infinita criatividade, criando um cenário futurista e selvagem ao mesmo tempo, lembra "Avatar".
A produção musical contou com participações ilustres, como a de Adam Wakeman e Gerard Johnson para apoio nos teclados e piano, Trevor Horn como apoio vocal, produtor e co-escritor do álbum, que ainda contou com o percussionista Português da Ilha da Madeira, Luis Jardim.
No elenco principal, Chris Squire, Alan White, Steve Howe, Geoff Downes e Benoit David, sem o menor esforço, deram vida à peça de Trevor Horn;, que realmente não exigiu mais do potêncial que cada um poderia oferecer, em função de sua estrutura musical, o que de modo algum tira o brilho dos músicos e do trabalho.
O interessante é que tanto Steve Howe como Chris Squire soltaram a voz, além de tocarem seus instrumentos tradicionais, o que leva crer que esta nova formação é menos rígida do que as anteriores, um fato muito positivo.
Fechando esta tardia resenha, uma vez que, este álbum já foi objeto de vários outros blogs e sites que saíram à frente para uma “autópsia musical”, destaco a suite tema, “Fly from here”, como uma excelente música, marcada pela simplicidade poética de sua letra e arranjo, sem no entanto, ser “menor” do que outras peças musicais produzidas no passado mais recente da banda e o trabalho como um todo é muito bom e merecedor de todos os louros, pois acredito que vá ser considerado como o melhor álbum do gênero do ano de 2011.
ALTAMENTE RECOMENDADO‼‼
Músicos:
Benoît David - VocaisChris Squire - Baixo, vocais de apoio e vocal principal em "The Man You Always Wanted to Be Me"
Steve Howe - Guitarras, vocais de apoio e vocal principal compartilhado em "Hour of Need"
Alan White - Bateria
Geoff Downes - Teclados, Sintetizadores
Músicos adicionais
Oliver Wakeman - teclados adicionais em "We Can Fly", "We Can Fly (reprise)" e "Hour of Need"
Trevor Horn - vocais de apoio, teclados adicionais
Luís Jardim - percussão
Gerard Johnson - piano em "The Man You Always Wanted to Be Me"
Tracks:
01 "Fly From Here - Overture" - 1:53
02 "Fly From Here - Pt I - We Can Fly" - 6:0003 "Fly From Here - Pt II - Sad Night at the Airfield" - 6:41
04 "Fly From Here - Pt III - Madman at the Screens" - 5:16
05 "Fly From Here - Pt IV - Bumpy Ride" - 2:15
06 "Fly From Here - Pt V - We Can Fly (reprise)" - 1:44
07 "The Man You Always Wanted Me to Be" - 5:07
08 "Life on a Film Set" - 5:01
09 "Hour of Need" - 3:07
10 "Solitaire" - 3:30
11 "Into the Storm" - 6:54
"Fly From Here"
"Hour of Need"
"The Man You Always Wanted Me to Be"
7 comentários:
....Pois é Mano Véio......os anos calejados de estrada acompanhando o trabalho desta que para mim é a melhor Banda Musical de todos os tempos..( eu disse musical, porque rock'n'roll é outra coisa)...eu acabei aprendendo a identificar uma obra prima do Yes..
São 5 critérios muito básicos mas fundamentais, que para funcionarem precisam estar muito bem entrelaçados.. formando um todo...
1- Você ouve o trabalho da banda pelo menos uma vez por dia....... Já estamos em Setembro né...
2- Você não pula nenhuma faixa do disco...ouve inteiro do início ao fim...
3- A arte da capa está inserida nas músicas na mesma proporção em que através da arte da capa é possível enxergar a arquitetura musical da banda..´
4- Você se emociona ao ouvir as músicas..essa emoção é a marca registrada da música do Yes, flui naturalmente com a evolução dos acordes e passagens..
5- Você tem a ligeira impressão de já ter ouvido alguns trechos das músicas, mas jamais será capaz de saber de onde é...Estranha essa sensação, porque estamos falando do Yes, e não do The Cars ou Foreigner ..Simplesmente não tem explicação.
Eu já assumi neste seu espaço, que por conta do amor e respeito incondicional que sinto pelo Yes, já à alguns anos decidi que não escrevo ou discuto absolutamente nada do que a banda criou entre 71 e 77..
...Em em outras palavras... vamos dizer, que na minha humilde opinião, Fly From Here foi lançado em 1976....
ABRAÇO.........FORÇA.......SUCESSO.....
Carlos "The Ancient"
É isso aí, brother.....
O Yes é uma banda inigualável e incomparável, é uma legenda que transcendeu seus próprios integrantes, têm vida própria....
Há muito tempo virou uma entidade e por isso, tanto tempo depois é capaz de nos surpreender com uma mágica volta ao passado mais criativo da música contemporânea........
Um bom feriado....
Abraços,
Gustavo
É de me causar estranheza verdadeiros fãs do YES gostar de um disco como este; posso falar com certa autoridade afinal de contas comprei THE YES ALBUM na epoca do seu lançamento:esse disco não tem nada a ver com o som do YES; parece mais um musical da Broadway ou coisa do genero;o vocalista canta em falsete operistico sopranoso e não é um verdadeiro vocalista de rock: compara-lo com Jon Anderson é uma ofensa; esse vocalista faz o tipo que ficou conhecido como "voz de anjo" na decada de 80 e que teve como representante maior o grupo Boca Livre com seu horrendo vocalista Jose Renato ( quem quiser conferir o que estou falando é só ouvi o CD TIRAMI SU do AL DI MEOLA); coisas felizmente passadas; os velhos integrantes estão irreconheciveis, Alan White perdeu todo o seu peso e marcação. O disco segue uma mornidão e uma mesmice conseguindo ser pior do que o pior disco do Yes (OPEN YOUR EYES):tremenda bola fora de Billy Sherwood, porem o YES se redimiu do erro e nos brindou com um grande disco para a epoca (THE LADDER). O Album DRAMA pode ser considerado otimo se comparado com este FLY FROM HERE pois o TREVOR HORN nos vocais é bem aceitavel e canta rock, diferente deste insuportavel BENOIT DAVID, não sei de onde o Chris Squire arrumou esta peça. Como terapeutica pós auditiva desda verdadeira droga recomendo o DVD 35 Years of YES; apesar de velhos continuam tocando e cantando maravilhosamente. Jon Anderson é um dos maiores cantores de Rock de todos os tempos e não merecia ser substituido por um babaca destes. Vamos torcer que apesar do excesso de idade o YES ainda coinsiga produzir outra grande obra como tantas em sua vasta discografia
Caro Obdulax,
Este blog é uma tribuna livre, onde as opiniões são respeitadas, porém peço encarecidamente que evite comentários a respeito da opinião alheia...
Sua pseuda "autoridade" não tem a menor validade aqui dentro, pois o fato de ter adquirido um álbum à época de seu lançamento não faculta nenhuma qualidade adicional, mesmo por que, eu também comprei todos quando foram lançados e nem por isso me sinto melhor do que ninguém, portanto, respeitosamente peço que modere seus comentários, pois não serão mais tolerados.....
Sua opinião quanto ao trabalho do YES é válida e será respeitada por todos, como também será protegida aqui dentro,no entanto, peço que respeite as opiniões que não sejam convergentes com a sua....
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
Fala aí Mano Véio!!!!!!!!!!! Saudades!!!!!!!! I'm Back!!!!!!!!
Chris Squire estava procurando um substituto para o lugar de Jon Anderson para a turnê de 40 anos da banda, pois lamentavelmente Jon estava com problemas de saúde, aí ele viu no you tube a performance de um vocalista de uma banda cover do Canadá chamada Close to The Edge...Chris ficou tão impressionado que resolveu chamar este vocalista para substituir Jon Anderson, pois achou que ele seria uma "peça " muito importante para o que a banda estaria se propondo a fazer..Daí surgiu Benoit David...
Abraço,,,,Força,,,,,Sucesso!!!!!!!
Seu mano véio de sempre...Carlos "The Ancient"
Muito bem!!!!! Quem é vivo sempre aparece!!!!!
Vou dar minha impressão pessoal sobre Benoit David....
Tem um álbum gravado em um show que eu postei há algum tempo atrás, antes do lançamento de "Fly from here" em que o timbre de sua voz está muito parecida com a de Jon Anderson, o que não é nenhum problema....
Mas em "Fly from here", sua voz não está parecida com a de Jon Anderson, ficou mais natural, portanto, mais agradável de ouvir, mais autentica, permitindo que possamos chegar a conclusão que o cara tem uma puta voz e é merecedor de todo o nosso respeito.....
E tem mais, o Yes não é para qualquer um.......
Abraços,
Gustavo
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