Com um nome tão sugestivo, "Iguaçu", quando o escutei pela primeira vez, já podia imaginar o que ia escutar e realmente não me decepcionei, pois Klaus Doldinger com seu Passport estava naquele momento dando uma ajustada na sonoridade e nos conceitos fundamentais da banda.
Muito provavelmente como em 1976 estava fazendo uma turnê pela America do Sul, incluindo o Brasil, ficou muito impressionado com o que era feito aqui na época e não teve dúvidas, agregou a sua bagagem, ritmos Brasileiros, que a rigor são contagiantes e não há como negar.
Diferentemente dos álbuns anteriores, onde se houve um puro jazz-rock ou fusion, ou seja, lá o que for, corajosamente, Klaus Doldinger muda radicalmente o que vinha fazendo, por sinal com resultados excelentes, pois todos os seus álbuns anteriores a este são muito bons, consagrados tanto pela crítica(???), bem como por seus admiradores, ele muda sua fórmula mágica de compor e talvez tenha até sido um dos precursores de um samba-rock ou jazz-samba e transforma o álbum "Iguaçu" em uma peça rara de se escutar.
As referências ao Brasil, não estão estampadas apenas no título do álbum ou no nome de algumas das músicas, mas principalmente no elenco de músicos percursionistas que fizeram parte deste trabalho, deixando gravado o som da nossa terra nestas músicas que encantaram a Europa, os EUA e o Japão.
O que diferencia os grandes compositores dos demais é a ousadia em experimentar novas sonoridades, propiciando novos cenários musicais e neste quesito, o mestre Alemão dá aula de pós-graduação e quem o acompanha idem e por falar nisto, a formação da banda, com exceção de Curt Cress e Wolfgang Schmid, foi toda reformulada, porém a sinergia entre os músicos é a mesma, a qualidade individual de cada membro é indiscutível e o resultado final é sempre o mesmo, ou seja, álbuns para se escutar por toda a vida, aliás, uma marca registrada do Passport em cada álbum que produz.
O mais interessante é que estamos nos referindo a um álbum, feito no século passado, a quase trinta e cinco anos e enquanto escrevo estas poucas linhas, tendo como fundo musical o próprio álbum, a impressão que ele deixa, é como se fosse um lançamento atual, um álbum novo, lançado em 2011, o que me leva a crer que é um daqueles trabalhos atemporais, pois quanto mais velhos, mais próximos do nosso tempo vão ficando, mas isso só é possível quando estamos à frente de uma música de vanguarda, sem preconceitos, despojadas de interesses que não os musicais.
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!
01. Bahia do sol
02. Aguamarinha
03. Bird of paradise
04. Sambukada
05. Iguaçu
06. Praia Leme
07. Heavy weight
08. Guna Guna
Musicians:
Curt Cress / drums, berimbau
Klaus Doldinger / soprano & tenor saxes, organ, Moog, flute
Elmer Louis / percussion
Roy Louis / electric guitar
Wolfgang Schmid / bass
Guest Musicians:
Mats Björklund / guitar
Wilson Das Neves / atapaques, pandeiro
Roberto Bastos Pinheiro / surdo
Noel Manuel Pinto / cuica
Clélio Ribeiro / berimbau
Marcello Salazar / percussion
Pedro Santos / percussion, whistles
"Bahia do sol"
"Praia Leme"
2 comentários:
http://sommutante.blogspot.com/2011/06/peter-gabriel-growing-up-live-in-milan.html
Vai dar uma olhada no que aprontei pra vc, rs
Enjoy!!!!!!
Já passei por lá, li sua resenha, fiz o download, portanto.......
Me aguarde......rsrssrsr
Abraços,
Gustavo
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