sexta-feira, junho 17, 2011

IQ - “Tales From the Lush Attic” - 1983

Ultimamente tenho estado bem próximo das músicas que Peter Gabriel fez dentro e fora do Genesis e como é sabido de todos, ele tem alguns seguidores, músicos, que não escondem sua admiração pelo seu talento e trabalho e fazem dele um exemplo a ser seguido, mas não copiado. 

Um bem conhecido e mencionado aqui diversas vezes, é o do ex-vocalista do Marillion, Fish, porém, o foco desta resenha será outro grande vocalista, Peter Nicholls, do IQ, banda que tenho uma grande estima e consideração pelo trabalho desenvolvido. 

Eu já havia postado o álbum conceitual da banda, “Subterranea”, nas versões de estúdio e de palco e hoje apresento o segundo álbum produzido, “Tales From the Lush Attic”, lançado em 1983, fazendo parte da nova geração progressiva, juntamente com o Pendragon, Glass Hammer, Marillion e tantos outros que em meu conceito de forma indireta, contribuiram para que as bandas dos anos setenta não fossem extintas. 

Para ser bem honesto, considero o IQ uma máquina de fazer excelentes músicas, pois desde o primeiro trabalho, “Seven Stories Into Eight” a banda deu provas do que seria capaz fazer e ai, vale uma resalva, pois o grupo conta com uma presença no mínimo, muito especial, a de Martin Orford, que se para muitos não é um exímio tecladista, como compositor, inegavelmente, está muito acima da média podendo estar lado a lado com o os grandes figurões do rock progressivo do passado e do presente, com vários álbuns solo lançados além dos produzidos junto ao IQ, com alguns até já postados aqui no blog e pelo número de acessos que verifiquei, a aceitação foi extremamente positiva. 

E no caso deste álbum, “Tales From the Lush Attic”, tanto Martin Orford como Mike Holmes, bem como Peter Nicholls, destacam-se pela atuação impecável que tiveram e objetivamente concentrando as atenções para o vocalista, o que se nota, é uma voz levemente rouca quando necessário, podendo atingir timbres muito altos, denotando uma versatilidade vocal muito grande, assim como o de seu ídolo, Peter Gabriel

Estas características não me parecem ser intencionais, pois esta similaridade vocal encaixa-se perfeitamente no contexto das músicas propostas pela banda e inicialmente quando estavam em turnê era comum ver Peter Nicholls levemente maquiado para dar vida aos seus personagens musicais, para dar uma forma mais teatral ao enredo da música, sendo este mais um indício de sua admiração pela figura que Peter Gabriel representou e que ainda hoje representa no mundo do rock. 

A música de abertura deste álbum, “The Last Human Gateway”, é uma suite de quase vinte minutos, é um convite a permanecer escutando todo o restante do álbum, que considero ser o melhor de todos produzidos pela banda, pois para mim representou uma volta à sonoridade do rock progressivo dos anos setenta, sem estar sendo nostálgico, apenas surpreendido, com a audácia de um grupo de jovens músicos que não se deixaram seduzir pela facilidade dos três acordes básicos, muito utilizados, pela tendência musical predominante da época. 

Finalizando, só resta recomendar este álbum, pelo que ele representa, por todos os seus músicos, mas principalmente pela coragem em lançá-lo em um formato nada adequado aos padrões da década da mediocridade musical.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Musicians:
Paul Cook - drums
Tim Essau - bass
Mike Holmes - guitar
Peter Nicholls - voice
Martin Orford - keyboards

Tracks:
1. The Last Human Gateway (19:57)
2. Through The Corridors (2:35)
3. Awake And Nervous (7:45)
4. My Baby Treats Me Right ´Cos I´m A Hard Lovin´ Man All Night Long (1:45)
5. The Enemy Smacks (13:49)
Total time Classic one Shoe Lp: (45:51)
Bonus track:
6. Just Changing Hands (5:12)


"The Last Human Gateway - Pt.1"

"The Last Human Gateway - Pt.2"

"Awake And Nervous"

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