terça-feira, fevereiro 04, 2014

DEEP PURPLE - "Live At Montreux" - 2011

Existem bandas de rock que parece que vieram ao mundo para se perpetuar, e uma delas, é o Deep Purple, foco desta resenha, que desta vez não tem a pretensão de simplesmente levantar questões a respeito do álbum e de suas musicas, pois a qualidade das mesmas é inquestionável, mas principalmente destacar o amor pela música que fica muito evidente na expressão de dor ao cantar, quando Ian Gillan precisa soltar a voz, pois isso sim chamou minha atenção neste álbum que revela gratíssimas surpresas.

Escutando o CD e depois assistindo o DVD, Deep Purple – Live At Montreux – 2011, esse sentimento fica muito claro, pois as imagens dizem tudo e evidenciam o esforço, quase que sobre-humano em alguns momentos, pois o poderoso vozeirão de Ian Gillan perdeu-se com as décadas de uso feroz a que submeteu suas cordas vocais e também com os problemas mais graves de saúde que teve que enfrentar.

Ian Gillan
Mas ao contrário de se fechar e desistir da vida e da música, lá está ele ao lado de seus companheiros de banda, com uma pequena orquestra ao fundo, em pleno Festival de Montreux, Suíça, se expondo, dando a cara à tapa para qualquer um bater, mas quem teria coragem de criticá-lo após tantas décadas de dedicação à música?

Ele não está ali por dinheiro, pois essa fase já foi ultrapassada há muito tempo e nos quesitos vaidade e fama, não acredito que um homem aos sessenta e sete anos a época deste show, tendo feito o que já fez pela música, tenha ainda algum problema com este tipo de sentimento menor, muito característico dos fracos, o que não combina com a personalidade de Ian Gillan, restando apenas o prazer e o amor em servir a música, como argumento para justificar seu esforço.

Don Airey
Neste álbum é possível extrair outras grandes e gratificantes situações, pois pela primeira vez pude assistir a Don Airey, a frente dos teclados, mais precisamente à frente de um Hammond, tarefa esta, que por anos a fio esteve sob o comando de Jon Lord, o mago dosd Hammonds e que sempre a falta de sua presença será sentida por todos os fãs da banda, mas a integração de Don Airey ao grupo é evidente e que seu talento é indiscutível, portanto merece todo o respeito, pois um Hammond não é para qualquer um, pois ele toca com muita naturalidade tranquilidade.

Steve Morse é outro músico que também está totalmente sedimentado ao espírito da banda, não é um músico convidado, é um membro efetivo do grupo e que especialmente neste show, esbanjou simpatia e talento, dando um show particular quando solicitado.

Roger Glover e Ian Paice, duas tremendas figuraças, mais que antológicas e legendárias, partes integrantes da história do rock, como sempre, com muito bom humor, levaram ao delírio a heterogênea plateia que os assistia, pois nota-se gente de toda idade, indo do netinho ao vovô, embaladas pelos mais incríveis hits do Deep Purple.

Neue Philharmonie Frankfurt
Como se não bastasse, foi inserida uma pequena, mas eficiente e animada orquestra, a Neue Philharmonie Frankfurt,  regida pelo maestro, Stephen Bentley-Klein, bem jovem ainda e certamente um fã da banda, pois em alguns momentos ele dá uma aloprada geral, chega até a fazer um duelo de violino x guitarra, com o não menos aloprado, Steve Morse, pois o contexto “banda-orquestra”, mostrou-se muito estimulante para todos, o mesmo ocorrendo com os músicos da orquestra que também se mostraram muito entusiasmados com a vibração da música, deixando a postura clássica de lado e assumindo uma postura bem mais rock’n roll.

Esse conjunto de fatos dá uma dimensão diferenciada para este espetáculo, fugindo do que seria mais um simples show de uma banda de rock, transformando literalmente este evento em uma celebração à música, dada ao conjunto da obra apresentada pelo Deep Purple, por seus incansáveis músicos, da animadíssima orquestra e do público presente que teve o privilégio de estar neste evento. 

Terminando esta resenha, estava escutado o novo álbum do Deep Purple, “What Now!”, um presente do "Véio", lançado no segundo semestre de 2013, um excelente álbum e que revela uma boa notícia em relação à voz de Ian Gillan, que se mostrou bem mais saudável e consistente do que neste show resenhado, ou seja, por muito tempo ainda vamos ter grandes apresentações do Deep Purple.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Deep Purple
Ian Gillan - vocals, harmonica
Steve Morse - guitar
Roger Glover - bass
Ian Paice - drums
Don Airey - keyboards


Neue Philharmonie Frankfurt
Stephen Bentley-Klein - conductor

Tracks:
Disc 1
01 "Deep Purple Overture" (Bentley-Klein, Bruce, Brown, Clapton, Blackmore, Gillan, Glover, Lord, Paice) – 1'39
02 "Highway Star" – 6'54
03 "Hard Lovin' Man" – 6'08
04 "Maybe I'm a Leo" – 4'30
05 "Strange Kind of Woman" – 6'19
06 "Rapture of the Deep" (Gillan, Morse, Glover, Airey, Paice) – 5'44
07 "Woman From Tokyo" – 6'18
08 "Contact Lost" (Morse) – 4'28
09 "When a Blind Man Cries" – 3'50
10 "The Well Dressed Guitar" (Morse) – 2'42
Disc 2
01 "Knocking At Your Back Door" (Blackmore, Gillan, Glover) – 6'07
02 "Lazy" – 8'45
03 "No One Came" – 5'40
04 "Keyboards Solo" (Airey) – 5'45
05 "Perfect Strangers" (Gillan, Blackmore, Glover) – 6'05
06 "Space Truckin'" – 4'55
07 "Smoke on the Water" – 8'32
08 "Green Onions" (Cropper, Jackson, Steinberg, Jones) / "Hush" (Joe South) / "Bass solo" (Glover) – 8'18
09 "Black Night" – 7'10


LINK

30 comentários:

Carlos Chacrinha disse...

Ai, ai, ai, o Véio vai ser papai!
Post Deep Purple "Live At Montreaux" - 2011?
Vai pro trono ou não vai?
Negativo! Troféu abacaxi!
Ian Grito já não é o mesmo. Sem Richie Blackmore não há mais graça. O lord Jon, já não vive mais nesse mundo. Don Airey é um respeitável músico de estúdio, nada mais além disso.
Steve Morse era grande no Dixie Dregs, e é uma figura menor no Deep Purple, cuja fase de ouro, foi do "In Rock" ao "Who do You Think We Are".
Blackmore traiu os fãs ao abandonar o Deep Purple e formar o devagar e sonolento Blackmore's Night. Uma vergonha! Valentão com os homens, sempre a brigar, mas dominado pela mulher!
Alô, alô seu ANC, homem velho não fica maduro, eu juro!
Vcs querem que eu morra?
Fora Steve Morse e Candice Knight!

Aquele abraço, Gustavo!

Gringo Louis disse...

O Deep Purple não é mais o mesmo? sim, de certa forma. Mas é uma banda melhor que muita por aí e considerando que são setentões dos anos setenta, palmas para estes senhores que atravessaram décadas fazendo um som de primeira. Vai para o Trono, sim, seu Chacrinha! Os caras fizeram a história e estão aí, escrevendo ainda. Não têm o vigor de antes, mas estão aí. O disco é excelente e não o tinha... Obrigado Gustavo

ANC. - There Can Only Be One - disse...

Se tem uma coisa que sempre admirei nas resenhas do Mano Véio, não é o conhecimento que ele demonstra no que escreve, mas o respeito que ele tem pelas bandas.

O Deep Purple, dispensa apresentações e comentários, ,mas devemos pontuar algumas coisas importantes!

A hora que aparecer um vocalista com o talento e carisma de Gillan, Plant,, Ozzy, Dio, por favor...me avisem..Estou falando de cantores com mais de 60 anos de idade. Quem no Brasil, com mais de 60 anos de idade, não apenas canta...Mas tem o carisma desses caras??? Porque cantar musica melosa é uma coisa..Cantar Highway Star, é muiiiiito diferente!

Eu não sou vizinho de Ritchie Blackmore, não toma whisk comigo, não é meu genro, não é meu diretor, não é absolutamente nada na minha vida...

Então, porque vou me preocupar com a personalidade do cara...Se bem me lembro ele deixou o Purple para formar o que mesmo??? Ah o Rainbow...com quem ???? Ah com Dio ( que Dio o tenha)..O Blackmore's Night, é uma banda, que realmente, não é para qualquer ouvido...Porque não é rock...É outra coisa..E também não é para qualquer ouvido!

Eu diria que muito mais refinada..E subir no palco com Candice Night, eu acho que não é para qualquer um..Imagina casar com ela???...Tirando isso, como não respeitar um cara que explodiu o palco do Carl Jam???

Quando a turma do Valvulado postou em primeira mão o novo álbum do Purple, eu escrevi..."Novo álbum solo de Don Airey"..Só para informação, a presença dele em palco acompanhando músicos de expressão como Ozzy Osbourne, sempre foi rotina em sua carreira, e apenas demonstra que seu talento, não está restrito apenas em estúdio..

Afirmar uma bobagem dessas, é assinar em fórum aberto completo desconhecimento não de rock, mas de música.

Quanto a Steve Morse...eu prefiro não falar nada...deixo apenas esse vídeo com essa introdução fantástica de Highway Star....Discutir qualquer outra coisa seria como sempre falo discutir o vento......

http://www.youtube.com/watch?v=MIhKTRG52L8

Eu acho que o termo velho, deve ser utilizaso para sapato..Amadurecimento para mim, é saber com o passar do tempo qual é o seu lugar....Ficar sempre de olhos abertos!

E para finalizar, o abacaxi além de ser uma fruta tropical muto boa, também foi utilizado um dia com muita sabedoria para calouros, que não conseguiam traduzir cantando a arte daqueles que realmente sabiam cantar!!

ABRAÇO...FORÇA...SUCESSO!!!
ANC.

"My eyes, are blind, but I can see"

Carlos, O Chacal disse...

Richie Blackmore é Richie Blackmore. Steve Morse é Steve Morse. Jon Lord é Jon Lord. Don Airey é Don Airey.

My eyes are blind, and I can't see.

Carlos Barroso disse...

Blackmore saiu do DP devido seu gênio irascível, suas rusgas com Gillan ...estava mais interessado em outro estilo, surpreendendo ao criar o Blackmore's Night, ao lado de sua belíssima esposa.

Sempre haverão polêmicas= Sem Blackmore, não existe DP... Steve Morse substituiu Blackmore á altura, até mesmo tem mais técnica... e daí, pra fora...

Mais sensato= respeitar opiniões diferentes.

"A vida é mesmo assim... alguém tem que perder, pra outro entrar no jogo".

Bom final de semana pra todos!

Carlos Roberto disse...

O certo não seria 'haverá polêmicas'?
Deixando de lado as polêmicas e erros crassos de gramática, Nas Ondas é o blog, the best!
São tantas emoções.

Carlos Gardel disse...

O Deep Purple para se tornar perfeito, só falta gravar um tango.

Gustavo disse...

Nossa!!! Quantos "Carlos"!!!!

É uma convenção dos "Carlos" aqui no blog????

ANC. - There Can Only Be One - disse...

De Carlos eu entendo, e acredite, assim como ANC. só existe um...a boa notícia é:

"My eyes are blind, but I can see!"

A quem possa interessar, abaixo o link para o site da Academia Brasileira de Letras!

http://www.academia.org.br/abl/cgi/cgilua.exe/sys/start.htm?tpl=home

Gustavo disse...

Prezado Totó,

Sou solidário com tudo o que disse, pois você tem razão em suas observações, mas peço que entenda a minha posição em não publicar o seu comentário.

Para manter a ordem e harmonia aqui na área dos comentários, vez por outra sou obrigado a tomar esta atitude que considero nefasta, porém eficaz para exito da minha campanha pela pacificação deste espaço.

Volte sempre!!!

Abraços,

Gustavo

Gringo Louis disse...

Gustavo, apoiado e obrigado pela ação. Abraços

ANC. - There Can Only Be One - disse...

Eu voltei para rever amigos e discutir musica...Porque foi assim que comecei nesta casa!...E acho que é assim que ela deve permanecer...Buteco sim...Butiquim jamais

ANC.

"My eyes are blind but I can see"

Gustavo disse...

Gringo e ANC,

Seguindo na linha de raciocínio de vocês, além da minha ação em não publicar o que é ofensivo a quem quer que seja, eu preciso contar também com a colaboração, paciência e tolerância de todos, uns com os outros, inclusive eu, pois só assim vamos poder ficar em paz....

A intenção não é transformar esse espaço em um "Convento" ou "Seminário", mas sim em um lugar descontraído e divertido para todos......

Abraços,

Gustavo

ANC. - There Can Only Be One - disse...

VOCÊ TEM MEU APOIO MANO VÉIO!!! E CREIO QUE DOS DEMAIS TAMBÉM!

CONFIO NO SEU BOM SENSO,...MAS É IMPORTANTE NÃO VIVERMOS MAIS DO PASSADO, MAS APRENDERMOS COM O COM ELE SEMPRE!

AQUI NESSE BUTECO NÃO TEM BOBO, E SÓ ENTRA QUEM AGUENTA BEBER!

ANC.

"My eyes are blind but I can see!"

Anônimo disse...

Não sou bobo e aguento beber.
Quero um trago.

Bill Ward, o verdadeiro e único batera do Black Sabbath

ANC. - There Can Only Be One - disse...

Seja Bem Vindo Bill!!! E e brinde-nos com informações e opiniões sobre o Purple, porque de bobão tá todo mundo de saco cheio!!!

ANC
"My eyes are blind, but i can see!"

João Bobo disse...

Deep Purple é o rei do rock! Nunca perderá a coroa!

Joker disse...

hua hua hua hua sua importância era muita nos anos setentistas. Brigas e mais brigas de egos, com o insuportável e genial Blackmore saindo no braço com Ian Gillan, e o código de Morse, ficou, porém, sem o mesmo glamour. hua hua hua hua

Uma piadinha, pra relaxar: o que o criado mudo falou para o guarda roupa? Nada, criado não fala, sendo mundo então. hua hua hua hua

Joker

Frei Charles disse...

Do Deep Purple, só gosto do Jon Lord, por seu estilo clássico, com influências de Bach.

Meus filhos, orem e vigiem. Que a paz de Jesus estejam com todos.
Amém!
Frei Charles

Véio disse...

E aí, caros senhores... Boa noite!
Excelente postagem Gustavo. Fiz um link deste post no Valvulado, em um post do Deep Purple. Anc, bom ver vc na ativa!

Deep Purple, mesmo com todas idas e vindas de seus membros, para mim é a banda mais consistente, fazendo o mesmo até hoje.

Meu disco preferido do Purple é o Made in Japan, com uma performance impecável de todos...

Pergunto aos senhores, qual o seu disco preferido do Purple?

Gustavo disse...

Eu gosto muito do "Made in Europe".....

Abraços,

Gustavo

Carlos Magno disse...

Salve!
Deep Purple é GRANDE!
Melhor álbum BANANAS.

Que meu exército seja a pedra, a árvore e a ave do Céu!
Carlos Magno Sacro - Império Romano Germanico



Gringo Louis disse...

Embora eu seja fã do Gillan, meu álbum preferido é o BURN!!!! Mistreaded é uma obra prima, só comparada com Child in Time...Burn também tem a melhor performance do mago Jon Lord.
(Vixe... Tem o Machie Head!!! mas o Burn é melhor)
Abs a todos

Javanes disse...

Fui ouvir o Bananas que o Carlos Magno citou. Bom, depois ouvi o Rapture..., bom também. Mas o Deep Purple IN ROCK, é insuperável. Saudações ao Véio e Anc...

Carlos Alexandre disse...

Respondendo ao velho, meu preferido é o Stormbringer, por ter Gypsy, minha preferida do DP.

Você é a ciganinha, dona do meu coração...
Boa semana !

Ricardo disse...

Machine Head. O lado B, que começa por Smoke on the water, foi o que mais sofreu, castigado por uma rombuda agulha de safira, rs,
Abraços a todos

Luciano disse...

Fala Véio! Que satisfação ver o Carlão Anc vindo aqui! Eu gosto muito de Deep Purple meus caros... Quando escutei o Machine head pela primeira vez endoidei com Lazy, highway star, smoke on the water... Mas quando fiquei sabendo uns três anos mais tarde que o vocalista do Whitesnake - David Coverdale - o cantor que eu mais admirava no rock havia passado pelo Deep Purple, quando escutei pela primeira vez o Burn, pirei de vez! Burn é o meu disco preferido do Deep Purple Véio! Como também a formação MK lll e MK lV.

Abraços a todos do boteco!

Luciano

ANC. - There Can Only Be One - disse...

Live Carl Jam.....

Estreia da nova formação Coverdale e Hugles nos EUA! Blackmore explodindo o palco...um marco na historia do rock!....

ANC.

" My eyes are blind, but I can see! "

Gustavo disse...

Não deu para chegar a uma conclusão, pois praticamente cada um citou um álbum diferente, entretanto, podemos afirmar que a banda agrada a muita gente, pois álbum é oque não falta para isso....

Abraços a todos,

Gustavo

Carlos Ratão Mossa disse...

Os mais queridos do público são Machine Head e Made In Japan. Outro muito bem aceito é o In Rock.
Um grande abraço.