Hoje, dia 02 de outubro de 2012, é o aniversário de 42 anos do lançamento oficial do álbum, ”Atom Heart of Mother”, o legendário "álbum da Vaca", obra prima (uma delas) do Pink Floyd e muito provavelmente o começo de tudo o que representa o rock progressivo que conhecemos, portanto amigos, para comemorarmos a data, nada melhor do que a edição para colecionadores, onde uma overdose de ”Atom Heart of Mother” é oferecida.
”Atom Heart of Mother” é um trabalho visceral, feito a base de muito sangue, suor e lágrimas, pois reflete o momento da virada de página dentro da banda, que ainda muito emocionada e perturbada pelos acontecimentos que cercavam a vida de Syd Barrett, começava uma jornada em direção oposta a sua vocação experimental e psicodélica, para um novo desafio que começava a ditar conceitos musicalmente eruditos no início dos anos setenta.
Como a genialidade que esta “nova ordem” exigia, estava nas pessoas e não nos equipamentos e instrumentos musicais, não foi nem um pouco difícil para a banda se adaptar a esta situação, que naturalmente sedimentou-se dentro do grupo e daí por diante, a história do rock foi testemunha ocular de tudo o que foi feito depois de “Atom Heart of Mother”, dentro e fora do Pink Floyd.
Apenas para criar uma referência, neste mesmo ano o Yes lançava o álbum “Time and a Word”, para no ano seguinte impressionar o mundo com o álbum, “Yes Album” e o Genesis lançava o álbum “Trespass” para no ano seguinte lançar um dos mais belos representantes do rock progressivo, o álbum, “Nursery Cryme” e com o ELP, não foi diferente, pois seu segundo álbum, lançado em 1971, “Tarkus”, cultuado até hoje, transformou-se em muito pouco tempo em um objeto de desejo de todo o aficionado pelo rock e assim, foi acontecendo com outras bandas esta evolução musical, numa clara mostra dos efeitos provocados pelo revolucionário trabalho do Pink Floyd com a peça, “Atom Heart of Mother”.
Este álbum e o tenho como o mais expressivo e o que mais me agrada de toda a extensa discografia do Pink Floyd, apesar de não ser o mais afamado ou mesmo o mais conhecido, entretanto, sua estruturação musical é muito atraente e com o apoio de uma orquestra de metais e de um coro, a suíte “Atom Heart of Mother”, sela uma parceria perfeita entre a música erudita e o rock e, esta miscigenação musical, é responsável direta por boa parte da genética do rock progressivo.
Eu já perdi a conta de quantas vezes eu possa ter feito alguma referência a este álbum, uma vez que a atração que ele exerce em meus sentimentos é muito intensa e irresistível, portanto, eu estar neste momento me repetindo, não é falta do que escrever, mas sim, uma vontade muito grande em ser apenas mais um fã da banda a reverenciar o trabalho de uma vida inteira de quatro músicos.
Eles eram muito jovens e com um talento nato para a música, com uma absurda dedicação e determinação em elaborar com a máxima qualidade, peças musicais que muitos até hoje não conseguiram entender a sua essência, mas que de alguma forma assim como eu, sentem uma “atração fatal” em relação à música do Pink Floyd.
Além da suíte principal, vale lembrar a linda música, “Summer 68” que foi tema do telejornal "Hoje" da Venus Prateada nos anos setenta, criada por obra e graça de Rick Wright, que não está mais entre nós, mas que sempre será lembrado pelo seu talento e carisma, mas principalmente por sua inestimável contribuição dada à música ao longo de sua carreira, sem dúvidas alguma, um personagem importante da história.
A engenharia de som deste álbum ficou a cargo de Alan Parsons, uma figura que também é parte integrante da história da musica e que já tinha participado de diversas gravações de álbuns dos Beatles.
Neste álbum ele participa ativamente e num futuro próximo, participaria das gravações do álbum, “The Dark Side of The Moon”, gravando o seu nome na história, mas não satisfeito, fundou sua própria banda, “The Alan Parsons Project” e até hoje corre o mundo com sua música.
Finalizando esta confusa, mas bem intencionada resenha e por estes motivos e vários outros que já escrevi a respeito de “Atom Heart of Mother”, pois toda a vez que ela aparece em algum bootleg, eu não consigo ficar neutro, eu recomendo muito este álbum, não só aos fãs da banda, mas principalmente a quem nunca teve contato com este magnífico trabalho (será que tem alguém???).
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!
ESPAÇO RESERVADO AOS AMIGOS:
Continuando..........
ESPAÇO RESERVADO AOS AMIGOS:
Agora, segue um importante relato de um amigo, Roderick Verden, sobre esta obra que faço questão de agregar a resenha:
"Sua resenha é bem, muito bem intencionada, mas nada tem de confusa, Gustavo.
Este disco é meu terceiro preferido do Pink Floyd.
"Atom Heart Mother" é minha suite preferida(tenho mania de considerar suite, faixas que tem de 15 a mais minutos, se tiver 14:59 , não é suite-rs).
Pelo que li, na internet, David Gilmour e , principalmente, Roger Waters não gostavam do disco. No entanto, li , numa revista, há anos, Wright falando, "nós gostamos do Atom Heart Mother, creio que coisas assim, jamais faremos de novo".
O lado b, com a presença de uma sequência dos três compositores/cantores da banda, é edificante. Primeiro Waters, com a suave, acústica e triste "If"(fitas de efeito e colagem nela?!). Arranjos simples, mas bonitos: a guitarra de Gilmour, o piano e orgão de Wright, a discreta bateria de Mason... a bonita voz de Waters... Ah, e o violão?
"Summer 68" é minha segunda música preferida da banda. O trabalho de Wright no piano é , simplesmente, sensacional. O homem estava inspirado. Pra mim, não há orquestra, nesta faixa,como muitos dizem, penso que Wright tirou aquele som Wagneriano, com múltiplos orgãos(monumental!). Durante muito tempo, pensei que o solo, na parte central da música, fosse de um mellotron, mas, ultimamente, depois de descobrir que Wright chegou a tocar instrumento de sopro, penso que o solo pode ser de trompete. Wright, que dizia não se considerar um letrista, escreveu uma bela(e amarga) letra. Os orgãos múltiplos são dramáticos. O piano melodioso, no final, é triste... e belo! E voz de Wright, simplesmente eu queria ter uma voz igual.rs
"Old Fat Sun" é minha música preferida de Gilmour. Suave, pastoral. Seria uma espécie de ode, ao nosso velho , gordo (e simpático) sol? Perfeita, eu penso. Até os sinos a tocar são bonitos!
E O Psicodélico Café da Manhã de Alan? Coisas assim, pra mim, só mesmo o Pink Floyd poderia fazer: uma canção psicodélica, progressiva, clássica. Gilmour e mais ainda Wright, brilham. Mason faz um bom trabalho na parte final da melodia. Ele e Waters ficam por conta de cuidar do café de Alan.rs
E tem gente que diz que Pink Floyd não é progressivo...
Perdão, Gustavo, me empolguei.rs
Continuando........
Sorry, eu de novo.rs
Vocês acreditam que "Summer 68" não era tocada nos shows, devido, segundo Wright, ser uma música difícil de se tocar ao vivo? O tecladista disse isso numa entrevista; que ela só foi tocada uma vez em shows. Não acredito. Só se ficasse difícil para Wright tocar piano e cantar ao mesmo tempo."
Continuando..........
"Prezado Gustavo,
Muita gentileza de sua parte. Te agradeço imensamente.
Mas, não sou um bom resenhista, tanto que falei muito sobre as quatro músicas da metade final do disco, mas quase nada disse sobre a suite.
Não sou lá muito chegado em orquestra(prefiro bem mais o mellotron-rs), porém, essa, do famoso disco da vaca, é muito bonita. Não houve excessos orquestrais, aliás o que escutamos são metais, sem conjuntos de corda.
O tema principal é bem imponente. Provavelmente, de autoria de Richard Wright, que, posteriormente, andou compondo temas parecidos, usando o sintetizador imitando trompa.
A parte na qual escutamos um violino(ou viola) solo é maravilhosa, principalmente depois da entrada da guitarra e a adição de piano e o conjunto de metais.
Depois, um orgão, um baixo, e um belíssimo vocal feminino(deveria ser dado crédito para a vocalista), e a adição de um coro misto, soberbo!
Na parte mais movimentada, tipo funky, todos os integrantes do Floyd saem muito bem, em especial Gilmour. Parte que é encerrada com um "raivoso" coro ,que se assemelha a uma ópera.
E pinta o terror, a loucura, com mellotrons e diversos efeitos sonoros.
Logo em seguida, as (bem-vindas) repetições, incluindo a volta do violino solo, para tudo se encerrar solenemente, com a maravilhosa orquestra e o monumental coro.
Mais uma vez, peço desculpas pela empolgação e prolixidade.rs
Bom final de semana!"
Outras impressões sobre este álbum, agora, vindas do nosso amigo, Carlos ¨The Ancient":
"Não dá para comentar esta obra do Pink Floyd, sem antes mencionar os Beatles, é muito importante ressaltar que a miscigenação da música erudita com o então pop rock, aconteceu, devido à incrível capacidade criativa dos Beatles movida pelo inconformismo e busca contínua de fugir do óbvio. Isso deve ser dito e repetido inúmeras vezes, Revolver é definitivamente a “Queda de Constantinopla do século XX”, e os Beatles se quisessem poderiam ser os melhores em qualquer estilo que predominou na década de 70, mas a década deles era verdadeiramente os anos 60.
Isto posto, é importante também lembrar que no final dos anos 60 e comecinho dos anos 70, houve um grande interesse por parte de outras bandas em fazer algum tipo de incursão com a música clássica, o Yes ( já citado pelo Mano Véio ), Uriah Heep, Deep Purple...Creio que foi um movimento/momento, onde os músicos daquela época queriam dizer ao mundo, que dentro do mundo do Rock, existia algo mais inteligente e ousado do que a bandalheira e sacanagem dos “Fuck Stones”.......
Eu até afirmo que estes trabalhos ficaram até um pouco aquém do que estas próprias bandas irão fazer nos próximos anos, mas serviu – e muito bem – para mostrar que havia sim vida inteligente dentro do Rock.
Se Roger Waters, David Gilmour e Nick Mason entrassem hoje no estúdio decididos a fazerem algo semelhante a Atom Heart Mother, com certeza fracassariam, porque aquela Obra ( e é assim que deve ser chamada) é resultado de um surto de criatividade motivado por um instante na historia, que duvido ocorra novamente Quantas Monalisa existem??? Quantas Nonas existem????...
Cada trabalho é resultado da época em que ele foi criado, e eu discordo quando denominam as “Obras” daquela época como vanguarda....Vanguarda, é quando você faz alguma coisa à frente de seu tempo, e se isso fosse verdade, estaríamos hoje vivendo o paraíso no rock....
Tudo o que aconteceu entre Revolver e Drama, deve ser denominado como Obra de Arte.... E Atom Heart Mother é uma Obra de Arte.
Agora, jamais poderia encerrar esta mini resenha/comentário sem antes colocar estas seguintes observações.
- Mano Véio, suas resenhas são sim muito boas, porque você escreve o que sabe de uma forma que qualquer um que leia saiba e entenda o que você está dizendo...Este é o segredo, escrever o que sentimos de forma que qualquer um, por mais leigo que seja, possa captar esse sentimento...Seu Blog tem além de todos os elementos o mais importante de todos...HUMILDADE!!!!...Tanto é verdade o que estou dizendo, que esta bela resenha sua, despertou o desejo do nosso glorioso Roderik de escrever este rico comentário, porque daqui onde estou, pude ver que ele também escreveu com simplicidade, objetividade, mas acima de tudo....Com Paixão!!!
- Roderick, que bom ler a expressão do seu pensamento...Escreva mais, você tem muito dizer, e suas linhas cumprem de forma sublime este papel....
Mano veio.....Mais uma vez me estendi além da conta!!!! ...Mas acho que Você tá meio acostumado...
A todos!!!
ABRAÇO....FORÇA....SUCESSO
Carlos “The Ancient”
Como a conversa está muito boa, vamos a mais um capítulo de "Atom Heart Of Mother". Com a palavra, nosso amigo Roderick Verden:
"Como muito atraso , volto por aqui. Não sei se o Carlos lerá o que direi, mas, de antemão o agradeço muito pela menção da minha humilde pessoa.
Porém, achei estranho do Carlos, citando o Floyd, a banda do tal disco da vaca, não ter citado Richard Wright.
Tenho ciência, que não sou um expert, não passo de um escutador de música. Por mais que eu goste do "Atom Heart Mother", sei que ele é um disco polêmico.
Os discos dessa coisa, chamada Pink Floyd, que tiveram mais aceitação, mesmo com certas polêmicas(e como o PF é polêmico!), foram o "The Piper at Gates Of Dawn" e o "The Dark Side of The Moon".
Adoro Genesis, Yes, ELP, Vander Graaf, mas , penso que com toda competência deles, a gente já sabia o que eles fariam, gravariam de discos a discos, no auge da carreira. Com o Pink Floyd não era assim, embora muitos dizerem que o sou da banda era deja vu.
Mas o Meddle é bem parecido com o "Atom Heart Mother". Eu, particularmente, prefiro o disco da vaca, mas a maioria prefere o disco da orelha, o disco que tem "Echoes". E não estou dizendo que o grupo foi repetitivo, não foi, eu penso. Mas, aí, que digo, que o Floyd fez um disco parecido com o outro, só que não usou orquestra. O grande PF poderia fazer mais discos assim, caso quisesse. Assim, como eu sempre sonhei com um Umaggumma II". Mas, segundo li, os malas desta banda que tanto adoro, não gostaram do disco. E Nick Mason, segundo li na internet, disse que o primeiro disco que o Floyd gravou, sem Barrett, foi o "Meddle".
O consolo foi que um grupo, da Bélgica, se não me falha a memória gravou uma música bem ao estilo de "Atom Heart Mother", Kandahar, postado no blog do Hoffesmantoll."
Pink Floyd:
David Gilmour – guitarra; voz, baixo e bateria em "Fat Old Sun"Roger Waters – baixo; violão, voz, efeitos de fita e colagem em "If"
Richard Wright – teclado, piano, orquestração, voz em "Summer '68"
Nick Mason – bateria, percussão, edição de fita, colagem, engenheiro adicional em "Alan's Psychedelic Breakfast"
1. Atom Heart Mother 23:24
2. If 04:27
3. Summer ‘68 05:27
4. Fat Old Sun 05:21
5. Alan’s Psychedelic Breakfast 12:59
6. Atom Heart Mother (Live at the BBC ‘70) 24:48
CD2: Alternate Tracks
1. Atom Heart Mother 23:23
2. If 04:27
3. Summer ‘68 05:28
4. Fat Old Sun 05:22
5. Alan’s Psychedelic Breakfast 12:58
6. Fat Old Sun (Live at the BBC Paris ‘70) 14:15
7. If (Live at the BBC ‘70) 04:24
1. Atom Heart Mother 23:23
2. If 04:27
3. Summer ‘68 05:28
4. Fat Old Sun 05:22
5. Alan’s Psychedelic Breakfast 12:58
6. Fat Old Sun (Live at the BBC Paris ‘70) 14:15
7. If (Live at the BBC ‘70) 04:24
"Atom Heart of Mother"
"Summer '68"
O vídeo abaixo é maior honraria e consagração que os músicos poderiam receber de seus fãs.
"Atom Heart of Mother - Alunos do Conservatório de Paris"
10 comentários:
Excelente post, Gustavo, obrigado !!!!
Sua resenha é bem, muito bem intencionada, mas nada tem de confusa, Gustavo.
Este disco é meu terceiro preferido do Pink Floyd.
"Atom Heart Mother" é minha suite preferida(tenho mania de considerar suite, faixas que tem de 15 a mais minutos, se tiver 14:59 , não é suite-rs).
Pelo que li, na internet, David Gilmour e , principalmente, Roger Waters não gostavam do disco. No entanto, li , numa revista, há anos, Wright falando, "nós gostamos do Atom Heart Mother, creio que coisas assim, jamais faremos de novo".
O lado b, com a presença de uma sequência dos três compositores/cantores da banda, é edificante. Primeiro Waters, com a suave, acústica e triste "If"(fitas de efeito e colagem nela?!). Arranjos simples, mas bonitos: a guitarra de Gilmour, o piano e orgão de Wright, a discreta bateria de Mason... a bonita voz de Waters... Ah, e o violão?
"Summer 68" é minha segunda música preferida da banda. O trabalho de Wright no piano é , simplesmente, sensacional. O homem estava inspirado. Pra mim, não há orquestra, nesta faixa,como muitos dizem, penso que Wright tirou aquele som Wagneriano, com múltiplos orgãos(monumental!). Durante muito tempo, pensei que o solo, na parte central da música, fosse de um mellotron, mas, ultimamente, depois de descobrir que Wright chegou a tocar instrumento de sopro, penso que o solo pode ser de trompete. Wright, que dizia não se considerar um letrista, escreveu uma bela(e amarga) letra. Os orgãos múltiplos são dramáticos. O piano melodioso, no final, é triste... e belo! E voz de Wright, simplesmente eu queria ter uma voz igual.rs
"Old Fat Sun" é minha música preferida de Gilmour. Suave, pastoral. Seria uma espécie de ode, ao nosso velho , gordo (e simpático) sol? Perfeita, eu penso. Até os sinos a tocar são bonitos!
E O Psicodélico Café da Manhã de Alan? Coisas assim, pra mim, só mesmo o Pink Floyd poderia fazer: uma canção psicodélica, progressiva, clássica. Gilmour e mais ainda Wright, brilham. Mason faz um bom trabalho na parte final da melodia. Ele e Waters ficam por conta de cuidar do café de Alan.rs
E tem gente que diz que Pink Floyd não é progressivo...
Perdão, Gustavo, me empolguei.rs
Sorry, eu de novo.rs
Vocês acreditam que "Summer 68" não era tocada nos shows, devido, segundo Wright, ser uma música difícil de se tocar ao vivo? O tecladista disse isso numa entrevista; que ela só foi tocada uma vez em shows. Não acredito. Só se ficasse difícil para Wright tocar piano e cantar ao mesmo tempo.
Valeu Nivaldo,
Obrigadão.....
Abraços,
Gustavo
Meu caro Roderick,
Você como sempre meu amigo, você é muito generoso com as loucuras que eu escrevo.....
Você teve coragem em dissecar cirurgicamente todo o álbum, faixa a faixa,então, nada mais justo do que tornar este seu depoimento público, pois ele é mais uma homenagem à banda....
Muitíssimo obrigado por estar doando sua inteligência e seu precioso tempo aqui no blog.....
Abraços,
Gustavo,
Prezado Gustavo,
Muita gentileza de sua parte. Te agradeço imensamente.
Mas, não sou um bom resenhista, tanto que falei muito sobre as quatro músicas da metade final do disco, mas quase nada disse sobre a suite.
Não sou lá muito chegado em orquestra(prefiro bem mais o mellotron-rs), porém, essa, do famoso disco da vaca, é muito bonita. Não houve excessos orquestrais, aliás o que escutamos são metais, sem conjuntos de corda.
O tema principal é bem imponente. Provavelmente, de autoria de Richard Wright, que, posteriormente, andou compondo temas parecidos, usando o sintetizador imitando trompa.
A parte na qual escutamos um violino(ou viola) solo é maravilhosa, principalmente depois da entrada da guitarra e a adição de piano e o conjunto de metais.
Depois, um orgão, um baixo, e um belíssimo vocal feminino(deveria ser dado crédito para a vocalista), e a adição de um coro misto, soberbo!
Na parte mais movimentada, tipo funky, todos os integrantes do Floyd saem muito bem, em especial Gilmour. Parte que é encerrada com um "raivoso" coro ,que se assemelha a uma ópera.
E pinta o terror, a loucura, com mellotrons e diversos efeitos sonoros.
Logo em seguida, as (bem-vindas) repetições, incluindo a volta do violino solo, para tudo se encerrar solenemente, com a maravilhosa orquestra e o monumental coro.
Mais uma vez, peço desculpas pela empolgação e prolixidade.rs
Bom final de semana!
Meu amigo,
Não se preocupe, pois tudo isto é um bate-papo descontraído, como se fosse na mesa de um bar em uma roda de amigos conversando sobre um tema qualquer...
O importante para todos nós, é o conteúdo do seu rico texto......
Mais uma vez, obrigado pela audiência e principalmente pela paciência......
Um bom final de semana.......
Abraços,
Gustavo
Não dá para comentar esta obra do Pink Floyd, sem antes mencionar os Beatles, é muito importante ressaltar que a miscigenação da música erudita com o então pop rock, aconteceu, devido à incrível capacidade criativa dos Beatles movida pelo inconformismo e busca contínua de fugir do óbvio. Isso deve ser dito e repetido inúmeras vezes, Revolver é definitivamente a “Queda de Constantinopla do século XX”, e os Beatles se quisessem poderiam ser os melhores em qualquer estilo que predominou na década de 70, mas a década deles era verdadeiramente os anos 60.
Isto posto, é importante também lembrar que no final dos anos 60 e comecinho dos anos 70, houve um grande interesse por parte de outras bandas em fazer algum tipo de incursão com a música clássica, o Yes ( já citado pelo Mano Véio ), Uriah Heep, Deep Purple...Creio que foi um movimento/momento, onde os músicos daquela época queriam dizer ao mundo, que dentro do mundo do Rock, existia algo mais inteligente e ousado do que a bandalheira e sacanagem dos “Fuck Stones”.......
Eu até afirmo que estes trabalhos ficaram até um pouco aquém do que estas próprias bandas irão fazer nos próximos anos, mas serviu – e muito bem – para mostrar que havia sim vida inteligente dentro do Rock.
Se Roger Waters, David Gilmour e Nick Mason entrassem hoje no estúdio decididos a fazerem algo semelhante a Atom Heart Mother, com certeza fracassariam, porque aquela Obra ( e é assim que deve ser chamada) é resultado de um surto de criatividade motivado por um instante na historia, que duvido ocorra novamente Quantas Monalisa existem??? Quantas Nonas existem????...
Cada trabalho é resultado da época em que ele foi criado, e eu discordo quando denominam as “Obras” daquela época como vanguarda....Vanguarda, é quando você faz alguma coisa à frente de seu tempo, e se isso fosse verdade, estaríamos hoje vivendo o paraíso no rock....
Tudo o que aconteceu entre Revolver e Drama, deve ser denominado como Obra de Arte.... E Atom Heart Mother é uma Obra de Arte.
Agora, jamais poderia encerrar esta mini resenha/comentário sem antes colocar estas seguintes observações.
- Mano Véio, suas resenhas são sim muito boas, porque você escreve o que sabe de uma forma que qualquer um que leia saiba e entenda o que você está dizendo...Este é o segredo, escrever o que sentimos de forma que qualquer um, por mais leigo que seja, possa captar esse sentimento...Seu Blog tem além de todos os elementos o mais importante de todos...HUMILDADE!!!!...Tanto é verdade o que estou dizendo, que esta bela resenha sua, despertou o desejo do nosso glorioso Roderik de escrever este rico comentário, porque daqui onde estou, pude ver que ele também escreveu com simplicidade, objetividade, mas acima de tudo....Com Paixão!!!
- Roderick, que bom ler a expressão do seu pensamento...Escreva mais, você tem muito dizer, e suas linhas cumprem de forma sublime este papel....
Mano veio.....Mais uma vez me estendi além da conta!!!! ...Mas acho que Você tá meio acostumado...
A todos!!!
ABRAÇO....FORÇA....SUCESSO
Carlos “The Ancient”
Carlão,
Como já havia dito ao Roderic, o blog é um bar virtual, para reunir os amigos num bate-papo informal, em roda de amigos e principalmente por não ter maiores pretensões do que poder trocar conhecimentos e experiências.........
O nível dos comentários que todos vocês fazem aqui é tão bom, que não publicá-los junto a resenha para que todos que por ventura passam pelo blog possam vê-las, seria imperdoável lastimável......
Faço questão de sempre agradecer a todos, pois a contribuição que têm dado, Fez este espaço ser um lugar muito melhor....
Valeu mesmo, Carlão, Roderic e a todos que tem me dado a honra de dividir este espaço.....
Abraços,
Gustavo
Prezado Roderick
Antes de Rick Wakeman, a posição dos keyboards era relegada ao anonimato do estudio ou no canto mais escodido do palco. Sua farta cabeleira loira e capa cintilante deu um novo brilho à esta posição nas bandas, mas também encobriu outros grandes tecladistas como John Evans, Tony Banks, Ken Hensley, Jon Lord e um outro Rick........ "Wright"
Rick Wright, tinha a capacidade de impor nas canções do Floyd a delicadeza e suavidade dos pianos, como também o lado mais sombrio e underground que marcou a banda por toda a década de 70.
Sua função na banda não era a de dar grandeza excentricidade, pompa, mas a coerência e pintura necessária que o som do Pink Floyd exigia.
Seu trabalho em Wish You Here e The Wall demonstram que estes álbuns jamais seriam concebidos da forma como foram sem sua sutileza e arquitetura musical. Rick era a segunda voz do Floyd, e essa segunda vos combinava de forma absoluta seja quando Waters ou Gilmour faziam a primeira.
Dizem que Rick Wright foi demitido da banda por preguiça...Se isso é verdade eu não sei ( duvido), mas encerro essa homeagem a Richard Wright com essa absoluta verdade!
O Pink Floyd existiu sem Gilmour, sobreviveu sem Waters e poderia atravessar a década de 70 sem Mason...Mas o dia em que decidiu fazer alguma coisa sem Richard Wrigh foi o Corte Final.
Mano Véio
Seu "Buteco Virtual" é o que de melhor apareceu na cena virtual,,,,,, parabéns
Roderick...Continue escrevendo!!!!!!
Dead...O Zep vai lançar um DVD, eu ví o trailer do filme e me arrepiei nos pés à cabeça!!! Os acordes de Kashmir ao fundo fez o Moby se chacoalhar todo...
ABRAÇO....FORÇA....SUCESSO A TODOS!!!!!!!
Carlos "The Ancient"
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