A postagem anterior com um álbum do Pink Floyd levantou nos comentários uma questão a respeito da grandiosidade dos shows de rock com as bandas do passado, envolvendo, Genesis, Yes, Pink Floyd e algumas outras e sua importância como contexto de uma época.
O Pink Floyd, até “The Wall” com Roger Waters na banda, praticamente se apresentava como um quarteto que usava como pirotecnia, apenas o que mais sabiam fazer, “Tocar”, com uma luz aqui, outra ali, sem muitas alegorias, mas quando se separaram, tanto o Pink Floyd, como Roger Waters isoladamente, transformaram a cena rock em mega-produções, quase “Holywoodyanas”, com diversos músicos adicionais, com pirotecnias além da imaginação, mas que para mim, só servem para encobrir o verdadeiro objetivo de um show de rock, que é ver e escutar de bem perto seus ídolos.
Qualquer vídeo das antigas do “ELP” mostra apenas, três jovens músicos se expondo ao máximo, com muito pouca produção, mas com um resultado musical fantástico, pois o foco era a música e não “show business”.
Ta certo que Keith Emerson, às vezes dava uma exagerada, como por exemplo, tocar seu piano de cauda a uns quatro metros de altura, girando feito um alucinado, em um dos shows da banda, ou mesmo quando começava a destruir seus teclados e continuava a tocar assim mesmo só para ver no que dava e a plateia em êxtase ia ao delírio.
O Yes neste ponto sempre foi mais comedido e eu concordo com esta atitude, pois sua música, principalmente a produzida na década de setenta, é de um nível de detalhe tão grande, que ou se presta atenção na execução da banda ou então, fica vendo filminhos, luz piscando e outras baboseiras, que só tem uma função, tirar a atenção da música.
Não estou querendo dizer com isto, que eu não goste de uma cenotécnica aplicada a um show, muito pelo contrário, gosto muito, mas compreendo a ausência dela em determinadas bandas, que preferem ser o centro das atenções, não se escondendo por trás de holofotes e outros acessórios cênicos.
O Genesis, assim como o Yes, nunca foi muito chegado a grandes produções, além das loucuras que Peter Gabriel cometia nas apresentações, totalmente justificadas, pois ele realmente encarnava o personagem principal de cada música, portanto, as maquiagens, fantasias e adereços que suava, eram mais que necessário, tendo em vista, o clima teatral que as músicas tinham e o efeito criado com alguns poucos holofotes era muito bom.
Quando o Genesis esteve no Brasil em 1977, por iniciativa do Projeto Aquárius, que era patrocinado pelas Organizações Globo, infelizmente, sem a presença de “Peter Gabriel”, eu lembro que, a apresentação da banda foi feita por um locutor, que dizia o seguinte no final do texto: “Genesis – UM CONCERTO”.
A música de fundo, era a Firebird Suite (muito usada também pelo Yes na abertura de seus shows), neste caso, tanto a música como o título, foram muito apropriados, pois nesta época era realmente um “Concerto”, só que, de rock, pois as músicas do Genesis nunca foram feitas para pular, dançar ou coisa que o valha, tinha que ficar bem sentadinho e prestando muita atenção.
E por falar em Genesis, consegui desenterrar este bootleg, “Centre Esportif de L'Universite de Montréal”, gravado em abril de 1974, no Canadá, muito provavelmente sendo parte integrante da “Selling England Tour”, tendo em vista quase a totalidade das músicas do álbum de estúdio, “Selling England By the Pound” lançado em novembro de 1973, o que é ótimo, pois é um dos melhores álbuns produzidos pela banda.
A música de fundo, era a Firebird Suite (muito usada também pelo Yes na abertura de seus shows), neste caso, tanto a música como o título, foram muito apropriados, pois nesta época era realmente um “Concerto”, só que, de rock, pois as músicas do Genesis nunca foram feitas para pular, dançar ou coisa que o valha, tinha que ficar bem sentadinho e prestando muita atenção.
E por falar em Genesis, consegui desenterrar este bootleg, “Centre Esportif de L'Universite de Montréal”, gravado em abril de 1974, no Canadá, muito provavelmente sendo parte integrante da “Selling England Tour”, tendo em vista quase a totalidade das músicas do álbum de estúdio, “Selling England By the Pound” lançado em novembro de 1973, o que é ótimo, pois é um dos melhores álbuns produzidos pela banda.
E para selar o espetáculo, logicamente a música, “Supper’s Ready”, a mega suite, na íntegra para o deleite de todos, pois sem dúvidas, se não for a melhor música da banda, com certeza está entre as melhores que produziram.
Como de costume, um show com muita música, pouco aparato, mas com muita emoção por parte dos músicos e da plateia, pois os shows do Genesis desta época era um acontecimento que gerava muita expectativa, principalmente pelo grupo estar solidamente inserido na cena rock da época, portanto, este bootleg é recomendadíssimo para fãs e afins da banda.
Genesis:
Tony Banks – piano, keyboards, backing vocals, acoustic guitar
Phil Collins – drums, percussion, backing vocals,
Peter Gabriel – lead vocals, flute, oboe, percussion
Steve Hackett – lead guitar
Mike Rutherford – bass guitar, bass pedals, rhythm guitar, electric sitar, cello
Tracks:
Disc 1
01 - Watcher Of The Skies
02 - Dancing Out With The Moonlight Night
03 - The Cinema Show
04 - I Know What I Like
05 - Firth Of Fifth
06 - The Musical Box
07 - Horizons
Disc 2
01 - The Battle Of Epping Forrest
02 - Suppers Ready
03 - Radio Broadcast Announcements
LINK
"I Know What I Like"
"Dancing Out With The Moonlight Night - part 1"
"Dancing Out With The Moonlight Night - part 2"
4 comentários:
Prezado Mano Véio...Aqui vamos nós para dar continuidade a mais uma discussão de altíssimo nível sobre os desconsertantes caminhos que o rock acabou tomando nas últimas décadas....
Acho que pela primeira vez desde que passei a seguir seu blog, devo descordar de uma colocação sua ....Mas antes devo falar sobre os 90% que acabei concordando...
Penso que na década de 70, à excessão do Kiss e Queen, as demais bandas sempre previlegiaram a música do que a pirotécnica. Mesmo na turne de Relayer, em que pese a produção do show, a música do Yes, e a qualidade de seus músicos ainda prevaleciam sobre todos os efeitos de luz que varriam o palco ( cenário ) em que a banda se apresentava.
Por coincidência, ví hoje uma apresentação do Deep Purple no Car Jam de 1974 ( que com certeza você já deve te visto). Nesta apresentação, o Deep Purple tocou para 400 mil pessoas...
As images do show são impressionantes, o público se confundia com a linha do horizonte, dando um efeito fantástico, passando a impressão de que a banda tocava para o infinito...No palco, nada de efeitos, nada de luzes mirabolantes...pelo contrário, fios, amplificadores roads, e Ritchie Blackmore enlouqucido explodindo literalmente o palco....Um absurdo!!!
Neste mesmo festival tocaram ainda Black Sabbath e o Emerson Lake and Palmer...Com um detalhe..Todos no auge do talento, fama e criatividade!!!!!!!!! - Estes dias tivemos em São Paulo o anêmico Lolapalozza, onde a única atração que valia a pena era a cinquentenária e única Joan Jett...
As grandes bandas sempre se superaram em suas apresentações por causa da altíssima qualidade de suas músicas e talento de seus integrantes...
O Genesis de Gabriel sempre será um caso a parte, porque aquilo não era um show de rock...era arte na mais fina essência...
Conclusão....O talento que predominou na década de 70 era tão absurdo, que bastavam a banda e a música...O resto era e sempre será balela..Bandas como U2 precisam e sempre precisarão de circo, pois não tem mais nada para oferecer...
O Black Sabbath com Ozzy esquecendo as letras era muito melhor!!!
Isto posto,preciso explicar onde e porque discordo de sua opinião...A música do Yes, é celestial, divina....expande todos os limites e supera todas as barreiras impostas pelo óbvio que tem predominado na cena músical nos últimos 30 anos.
Para nós que respiramos Yes a mais de 40 anos, a banda não precisa provar mais nada..Para mim, a apresentação da banda no dvd de Montreaux, sintetisa exatamente a capacidade e qualidade coletiva e individual da banda....Mas por causa da grandeza destas músicas e o que elas representam, a banda merecia sim tocar para um público maior, em uma arena à altura da banda, em um palco onde a cenografia e arte de Roger Dean, se confundiriam com o som da banda e maestria de seus músicos...
Eu queria sim ver uma apresentação neste nível, para que esta geração que está aí, com baixos padrões de qualidade tivessem uma real noção do que é uma apresentação de verdade...Quem sabe dessa forma o rock conseguiria um efeito muito maior sobre estes jovens... algo chamado CONVERSÃO!!!!!!!!
Abraço...Força...Sucesso!!!
Carlos "The Ancient"
Carlão,
Tudo o que disse, é exatamente o que penso, pois o nível das bandas e logicamente dos músicos, era tão fantasticamente absurda, que qualquer iluminação, raio laser ou qualquer outra bobagem, perdia o sentido e nem era notada a sua presença......
Lolapalozza, "Arghh", sem cometários, assim como as últimas edições do Rock'n Rio,......simplesmente sofríveis.....
Em relação ao Yes, eu talvez tenha me expressado mal, mas é lógico que eu gostaria de ver um Maracanã lotado de jovens, como eu vi, em uma apresentação do KISS, simplesmente uma loucura....., mas sem grandes pirotecnias e com muita música......
Você chegou a escutar o "Nine Song of John Lennon" do Collage???
Abraços,
Gustavo
Sim Mano Véio.....Eu ouvi..... e posso afirmar que a versão desta música demonstra de forma muito séria, que se os Beatles quisessem, poderiam ter sido na década de 70 a maior banda de rock progressivo de todos os tempos...
Tudo o que eles plantaram na década de 60 frutificou de forma tão absurda nos anos seguintes, que acabou sufocando aquilo que eles mais queriam quando se separaram..suas carreiras solos...
Eu ví o show do Kiss em 82 no Morumbi, fui em uma excurção com mais 40 neguinhos...Eu era como eles, gostava de Kiss, Irom Maiden, Van Halen....Mas era diferente em duas coisas...Eu era careta e sabia quem era Robert Fripp....Os caras ficaram chapados de tal forma que perderam o show, eu fui o único que conseguiu curtir de verdade aquele marco na história do rock nas terras tupiniquins,,,
E assim como aquele show, aqueles caras também perderam suas vidas,,,Alguns morreram, outros foram presos, outros tantos apenas sobreviveram,,,,, e os que conseguiram se dar melhor, no máximo abriram uma loja de Tatuagem...
Saber quem era Robert Fripp, me fez ser diferente daqueles caras, fez com que eu elevasse meus padrões de qualidade, fez com que eu curtisse de boa Dancing Night Away, mas também permitiu que no silêncio de meu quarto, em vez de ficar chacoalhando a cabeça no vento, eu ficasse imitando Tony Levin tocando cítara em Indiscipline...
O que estou tentando dizer Mano Véio, é que ouvir o tipo de música que acostumamos a ouvir, nos fez ser diferentes, vencedores, a ter atitude, e a superar os dias difíceis que estavam nos aguardando....
Mesmo se não existisse a internet, ainda assim estaríamos tal qual arqueólogos do rock, dissecando obras primas que de forma tão representativa modificaram nossas vidas...Porque eu tenho certeza absoluta que eu jamais seria o ser humano que sou, se não fosse pelo sem número de músicas que eu decidi que fizessem parte da trilha sonora de minha vida...
Eu uso o nick "The Ancient", porque os primeiros 4:45 da música The Ancient do álbum Tales From superam de longe - e sem exagero - toda a discografia do The Cure, The Smiths, Alphaville, Simple Minds, U2, e tudo aquilo que a mídia insistia em dizer que era o que tinha de melhor na decada de 80....
Saber quem era Bob Fripp fez a diferença na minha vida, porque fez com que eu conhecesse caras que também tinham ouvido Elephant Talk ...Caras como você Mano Véio...
Escrever no seu blog é como falar com amigos que assim como eu, jamais se contentaram com nada que não fosse no mínimo o melhor!!!!!
Abraço....Força....Sucesso!!!!!
The Ancient
Caras, Rock Progressivo é música de pessoas inteligentes! Sempre pensei nisso! Heavy Metal prefiro não dizer nada...
Abraço a todos!
Vida longa ao Prog Rock de bom gosto e os debates aqui do Blog.
Luciano
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