segunda-feira, maio 24, 2010

YES - "Drama" - 1980

Como havia comentado na ultima postagem da saga Yes referente ao álbum Tormato, esta postagem seria um "Drama", não só pelo título mas, principalmente pelo conteúdo.

Dois anos se passaram desde o lançamento do último álbum e os sinais de desgaste entre os membros da banda eram evidentes e motivados por divergências de ordem criativa e também financeira. 

O resultado deste momento de baixa estima da banda culminou com a saída de Jon Anderson e Rick Wakeman que de comum acordo combinaram os seus respectivos desligamentos simultaneamente, o que em um primeiro momento foi um choque para todos.

Mas o clima estava péssimo e qualquer tentativa de arrumar a situação só piorava as coisas e aos membros restantes, como herança ficou a responsabilidade de continuar comandando o Yes como se nada houvesse acontecido.

Tarefa extremamente difícil de ser cumprida, mas como não havia outro jeito, partiram a caça de novos integrantes para o grupo chegando até Trevor Horn e Geoff Downes que eram da banda "The Buggles" e habitualmente gravavam em um estúdio ao lado do Yes.

Como a notícia correu rápida, os dois se apresentaram, fizeram alguns ensaios para testar uma possível sinergia entre eles e a banda, resultando no convite para integrarem um novo Yes.

Talvez em uma tentativa de adequar o som da banda aos ritmos do momento, alguma coisa em torno do New Wave, muito difundido na época, mas sem perder as características progressivas, o som deste álbum não me agrada muito, sem contar que a característica mais marcante do grupo é a voz de Jon Anderson.

Quando o escutei pela primeira vez, um sentimento de que algo estava faltando era gritante, pois não escutar a voz de Jon Anderson e/ou as harmonizações feitas por Rick Wakeman sinalizavam para mim que eu não estava escutado um trabalho do Yes, era outra banda usando tão somente o nome.

Pelo menos dois fatos muito interessantes aconteceram naquele momento e um deles foi o retorno de Roger Dean como criador da capa do álbum o que levava a crer a uma volta aos grandes álbuns da banda que tiveram o privilégio de ter a sua arte exposta e o segundo fato foi a volta de Eddie Offord a produção deste álbum que igualmente a Roger Dean, poderiam significar uma luz no meio daquele momento tão conturbado.

Fica muito difícil para eu escrever sobre algo que não gosto, mas temos que tomar muito cuidado com os comentários, pois o que não é de meu agrado, pode ser de muito agrado a outra pessoa.

E mesmo porque,  gosto é uma coisa muito pessoal, intransferível e principalmente porque o objetivo deste blog não é ficar esculachando ou falando mal do trabalho de ninguém, mas sim divulgar os trabalhos sejam eles bons ou não.

Os novos elementos que se agregaram a banda, justiça seja feita, são músicos da melhor qualidade, mas substituir Jon AndersonRick Wakeman simultaneamente é uma tarefa praticamente impossível e acredito que tenha sido um tempo muito curto para um entrosamento e amadurecimento de ideias e conceitos musicais para a criação do álbum "Drama".

A formação da banda para este trabalho contou com Trevor Horn nos vocais; Chris Squire no baixo; piano e vocais; Steve Howe nas guitarras e vocais; Geoff Downes no Teclados e vocoder e  a figura sempre simpática de Alan White na bateria, percussão e vocais.

De qualquer modo sempre vale a pena  dar uma conferida no álbum (principalmente para quem não conhece) para poder tirar suas próprias conclusões.

Set-list:
1."Machine Messiah" (10:27)
2."White Car" (1:21)
3."Does it Really Happen?" (6:34)
4."Into the Lens" (8:31)
5."Run Through the Light" (4:39)
6."Tempus Fugit" (5:14)


Yes - "Does It Really Happen?"

7 comentários:

Anônimo disse...

Vamos colocar as coisas dessa forma meu caro Gustavo, o Yes ( ou melhor Crhis) poderia ter feito duas coisas após as saídas de Rick e Jon...Reformular a Banda e seguir em frente, ou fazer como o Led Zeppelin...ACABAR e PONTO!!!! Acredite...o mundo do rock teria sido muito melhor se o Led continuasse...

Chris fez o certo..continuou..e aqui estamos nós "Guerreiros Velhos de Guerra " após 31 anos falando de Drama....

O Teclado de Geoff Dowens não é o mesmo de Rick..Mas após estes 31 anos o nome de Geoff está entre os melhores...

Chris e Alan nunca tocaram tão bem como neste disco..fantástica a marcação musical ...O Trabalho de Steve...sem comentários...Ele toca tudo com o mesmo vigor e perfeccionismo dos grandes clássicos da banda..

Agora..Trevor Horn...Quem se habilitaria naquela época e naquelas circunstancias substituir Jon Anderson??? Me dê pelo menos três nomes...Trevor teve a coragem e o arrojo que possivelmente muitos vocalistas não tiveram..Substituir Ozzy, Gillan, foi fácil...Mas Jon???????

Na verdade, a tradução de White Car é esta.." Olha, eu não sou o Jon Anderson, mas estou aqui para mostrar o quanto é difícil substituir esse "monstro"..aqui está minha pequena homenagem..."

Falar de Does really Happen, In To the Lens e Run Trough the Light é covardia...eu precisaria de um espaço e tempo maior...

Agora esse é o verdadeiro motivo porque tantos arrebentaram com o Drama..Tempus Fugit..é sem dúvida não a pior faixa do álbum..Mas uma das piores coisas que o Yes fez..completamente desnecssária..e pior..música de trabalho do álbum..Seria praticamente impossível no meio de tantas circuntancias dar tudo certo...pelo menos uma teria que dar errada..só que na minha opinião, essa foi capital para a banda e para o disco ( pelo menos na época)..

Mas aí está o grande mérito do Yes com este álbum..a continuidade da banda..Na verdade, o grande "Drama" seria se Chris, Steve e Alan tivessem tomado a mesma decisão de Plant, Page e Jones

Mas eu te entendo...ninguem neste mundo me convence que Open Your Eyes é um bom trabalho..porque simplesmente não gostei do som da banda..e ali estavam quase todos...

Abraço...Força...Sucesso!!!

Carlos..."The Ancient"

P.S....adivinha o que estou ouvindo agora????

Gustavo disse...

Meu irmão,

Logicamente foi muito melhor ver a banda continuar na ativa do que simplesmente extinta......

Quanto ao álbum Open Your Eyes, eu o tenho e ele ainda pernace lacrado, eu nunca tive coragem de escutá-lo....

Abraços mano veio...

Gustavo

Anônimo disse...

....Meu caríssimo irmãozinho...de Yesman para Yesman...Ouça Open Your Eyes....é duro dizer isso, mas ele é tão inexpressivo quanto a capa...comparado com ele Drama pode ser considerado algo como Fragile ou Close to the Edge!!!! Belive-me!!!!!!

Abraço...Força...Sucesso

Seu mais novo Mano Véio..

Carlos.."The Ancient"

Gustavo disse...

Meu irmão,

Vamos ver se este final de semana eu tomo coragem e tiro o lacre do cd e dou uma escutada....

Mas a bem da verdade me custa muito quando tenho que escutar alguma coisa do Yes que sei que não vou gostar.....

Por isso tenho relutado em escutá-lo.....

No mais amigo......, aquele abraço.....

Gustavo

Anônimo disse...

......Sabe porque você nunca ouviu Open Your Eyes?????Você mesmo já escreveu o motivo.... As capas do Yes estabelecem uma conexão com o que vamos ouvir no disco...Essa conexão não existe neste album, porque a capa demonstra a preguiça criativa que predominou no estudio ( saudades de Tormato..). Existem muitos problemas de produção neste CD...A Banda multilou os vocais de Anderson e a mixagem de estudio colocou a voz de todos cantando...Isso funcionou em it Can Happen...e ponto....As músicas são pasteurizadoas descaracterizando o som da banda fazendo parecer que estamos ouvindo um album solo de Billy Sherwood produzido por Trevor Rabin em 1987...Poderia falar mais...Mas o resto vou deixar para o seu post...

Tenho observado o respeito e amor com que você fala sobre a banda...E por isso virei fã do seu blog..Eu também respeito a banda...Tanto que neste mesmo tempo que temos de estrada no bom e velho rock'n roll eu estabeleci 5 princípios básico que dos quais não abro mão.. eu não falo, não discuto e não escrevo absolutamente nada sobre:

Sgt. Peppers
Dark Side of The Moon
Peter Gabriel
A Night at Opera
.. E tudo o que o Yes fez de 1971 a 1977...

Dica de Yesman para Yesman...Já que você vai ouvir Open Your Eyes...Depois ouça Drama (Está na hora de repararmos 30 anos de injustiça sobre este album) aí sim você terá propriedade para escrever minha tão esperada resenha sobre Fly From Here

Obrigado pelo espaço e dignidade de seu blog..

Abraço...Força...Sucesso..

Seu mais novo Old Brother..

Carlos..."The Ancient"

Gustavo disse...

Meu irmão,

Muitíssimo obrigado por suas palavras e por estar dispensando tanto tempo neste blog...

Muito obrigado mesmo......

Depois de ler este seu comentário, resolvi não perder tempo com "Open Your Eyes" por enquanto e ontem mesmo quando cheguei de viagem, escutei atentamente, isento de qualquer preconceito o albúm "DRAMA"......

Confesso que ontem,pela primeira vez, encontrei qualidades que não havia percebido quando do seu lançamento.....

Como em geral a primeira impressão é a que fica, muitas vezes acabamos cometendo alguma injustiça...

Resultado: O álbum é muito bom e tem qualidades excepcionais que na minha ignorância do passado não pude perceber.....

Portanto em breve vou republicar esta postagem com as novas impressões.....

Mas antes, pretendo voltar a "Fly From Here" definitivamente com a resenha que mostre o que achei do álbum....

Desde que o publiquei em jun-2011, é o álbum mais acessado desde o inicio do blog em fev-2010, realmente é um fenômeno.....

Mais uma vez, obrigado por suas palavras, audiência e principalmente pela sua paciência.....

Abraços,

Gustavo

Anônimo disse...

Prezados,

Interessante o debate que se cercou a respeito do Drama. Eu adoro o album e acho a linha de baixo de Tempus Fugit fabulosa... Digo mais. O Trevor Horn interpreta com mais alma que o Bernoit David que canta com um bom timbre parecido com o John mas é uma voz meio falada e não cantada. --- Luciano