quinta-feira, agosto 21, 2014

O RENASCIMENTO DO MOOG MODULAR - 2014

A última edição (nº49) da revista “Sound On Sound” nos brindou com uma interessantíssima matéria sobre um dos mais lendários e cobiçados instrumentos musicais de todos os tempos, o Moog Modular, um sintetizador analógico, que tanto ficou conhecido nas mãos mágicas de Keith Emerson, o “E” do "Emerson, Lake & Palmer".

Essa história de amor de Keith Emerson e de seu Moog começa no ano de 1968, ainda no tempo do “The Nice”, quando em uma loja de discos no Soho, foi reconhecido e abordado pelo gerente da loja que perguntou se ele havia escutado um determinado álbum e o colocou para que Keith o escutasse e a reação dele foi imediata, “Que diabos é isso??”.

Bem, o álbum em sua capa, mostrava um enorme equipamento eletrônico ao fundo, repleto de botões, chaves e cabos, uma verdadeira loucura, que incendiou a cabeça de Keith Emerson, pois a partir daquele momento, era aquele sintetizador Moog Modular que faltava para ele poder mostrar ao mundo o que ele seria capaz de fazer, pois o encanto foi instantâneo ao escutar o álbum, “Switched On Bach” de Walter Carlos.

Daí para diante, sua busca frenética pelo equipamento foi incessante, pois de imediato ele contatou, Mike Vickers, tecladista da Manfred Mann Band, pois ele havia sido um dos primeiros músicos da Inglaterra a adquirir um Moog, que acabou por ser emprestado para Keith Emerson utilizá-lo em uma apresentação no Royal Festival Hall.

Eles tocaram um trecho de “2001 Uma Odisseia no Espaço”, mais precisamente a música, “Thus Spoke Zarathustra” e a impressão que ele tinha naquele momento é que as pessoas na plateia estavam achando que o som proveniente era possivelmente oriundo de fitas pré-gravadas e não de sua apresentação, pois a performance de Keith Emerson e do equipamento estavam perfeitas.

Não satisfeito, ele escreveu uma carta para Bob Moog, na esperança de conseguir um sintetizador deste tipo de graça, levando-se em conta que ele já tinha algum reconhecimento internacional por seu trabalho junto ao “The Nice” e que naquele momento, agora no ano de 1970, ele estava montando o ELP e que sua promessa era que ele ia poder divulgar e falar bem do equipamento.

Robert Moog e Keith Emerson com o sistema
modular no  Rich Stadium  em Buffalo, 1974
Eu chego à conclusão que nem Bob Moog poderia imaginar o potencial e do que seu equipamento seria capaz de fazer nas mãos certas, pois conta-se que ele respondeu a carta de Keith Emerson, dizendo que seus sintetizadores eram complexos equipamentos para estúdios e que sua utilização em shows era totalmente inadequada, coisa que o tempo se encarregou de mostrar que ele estava totalmente enganado quanto ao seu conceito.

Os Beatles e os Rolling Stones compraram os seus sintetizadores (essa eu não sabia), portanto o ELP poderia ter o seu também, coisa que acabou acontecendo por intermédio de um representante de vendas da Costa Leste Americana da Moog, chamado Walter Sear que enviou um sintetizador que já havia sido utilizado em um show chamado “Jazz In The Garden”, sem nenhuma documentação de como montá-lo ou configurá-lo, o que obrigou a Keith Emerson mais uma vez procurar seu amigo, Mike Vickers que o montou e fez as primeiras configurações do novo “brinquedinho” de Keith Emerson, uma vez que não havia assistência técnica disponível da Moog na Europa por ser raro a venda do equipamento fora do território americano.

Meus amigos, este é apenas um ínfimo episódio de tantos outros das histórias que envolve este fabuloso instrumento musical que teve seus anos de ouro na década de setenta, sendo praticamente extinto na década de oitenta, porém ganhando um novo sopro de vida no início dos anos noventa, quando o ELP novamente se reuniu para uma turnê e a gravação do álbum, Black Moon.

Agora o legendário sintetizador analógico de Keith Emerson não só foi restaurado, como também foi literalmente clonado com todos os "presets" criados por Keith Emerson para marcar os cinquenta anos de existência da Moog, com seu sintetizador que é comparado a um violino “Stradivarius” por sua preciosidade e que carinhosamente foi rebatizado de “Emerson Moog Modular”.

Como havia dito anteriormente, apenas um fragmento muito pequeno dos acontecimentos que envolvem este equipamento foi exposta aqui, portanto eu sugiro a leitura completa da matéria desta revista, para um aprofundamento desta incrível história, muito bem contada pela “Sound On Sound”, pela bagatela de R$ 15,90 e que pode ser adquirida nas boas casas do ramo em papel ou em meio eletrônico e depois da leitura quem sabe você não se e interessa em adquiri-lo e para tanto, é só ter no bolso algo em torno de uns U$ 90.000, mais as taxas de frete e importação para trazê-lo definitivamente para a nossa Terra Brasilis

Para dar um pouco de vida a essa história toda e entender o que se passou na cabeça de Keith Emerson em seu primeiro contato auditivo com seu futuro sintetizador, vamos disponibilizar um link para o álbum, “Switched On Bach” de Walter Carlos, que para não haver dúvidas, é uma mulher e atende pelo nome de Wendy Carlos.

O resultado de toda esta história poderá ser escutado no bootleg, “ELP - Live in Buffalo”, gravado em julho de 1974, no Rich Stadium, Orchard Park, Buffalo, NY, USA,  praticamente uma "Avant-premiere" para o não menos legendário álbum, “Welcome Back My Friends to the Show That Never Ends... Ladies and Gentlemen, Emerson, Lake & Palmer” que seria lançado em agosto deste mesmo ano.

IMPERDÍVEL!!!!












“Switched On Bach”













“ELP - Live in Buffalo”


Walter Carlos

ELP

terça-feira, agosto 12, 2014

THE ANDERSON PONTY BAND - 2014

Este ano está bem movimentado musicalmente, pois já tivemos o lançamento do novo álbum de estúdio do Yes, “Heaven & Earth”, o Pink Floyd como já divulgado aqui, após vinte anos longe dos estúdios, está na fase final de produção do álbum, "The Endless River", lastreado por material inédito que ficou de fora do álbum de 1994, “The Division Bell”.

Agora somos surpreendidos, com a formação da “Anderson Ponty Band” que para os mais jovens e alguns desavisados de plantão pode neste momento não estar significando absolutamente nada, portanto, vale um pequeno esclarecimento.

Esta nova banda representa conceitualmente a união de duas escolas musicais muito distintas que são o rock progressivo e o Jazz Fusion, espelhados nas figuras mais que carimbadas da história do Rock, ou seja, Jon Anderson ex-vocalista do Yes e o Mago dos Violinos, Jean Luc Ponty, duas lendas vivas que por onde passam arrancam intermináveis aplausos por seus trabalhos.


Depois de tantos anos acompanhando praticamente tudo o que aconteceu no mundo da música contemporânea, desde o início da década de setenta, eu em minha ignorância musical achava que já tinha visto de tudo, mas sou obrigado a reconhecer que cometi um ledo engano.

Esta fusão tem tudo para ser o acontecimento musical do ano e quem sabe da década, por inúmeras razões, que vão do ineditismo deste encontro, bem como e talvez principalmente, pelo brilhante passado musical que acompanha a mais quatro décadas a vida destes dois fabulosos músicos.

E pelo que já li, escutei e assisti a respeito deste novo projeto musical, o clima é de muito entusiasmo e otimismo por parte dos dois músicos e Jon Anderson em uma entrevista disse o seguinte: “A breakthrough feeling came as I sang with Jean-Luc’s music,”. “To be in a band again is very exciting on many levels, we will play and sing our way around the world and have fun, for music is pleasure, music is all that is, music is God”, que em uma tradução "macarrônica" feita por mim, fica mais o menos assim: "A sensação de descoberta veio enquanto eu cantava a música de Jean-Luc". "Estar em uma banda de novo é muito emocionante em diversos níveis e nós vamos tocar e cantar ao redor do mundo e se divertir, pois a música é o prazer, a música é tudo, a música é Deus".

Inicialmente estão programadas três semanas para setembro deste ano uma série de ensaios que vão acontecer no Wheeler Opera House, em Aspen, CO, o que inclui a gravação de um vídeo com registro dos ensaios e ao final  uma apresentação previamente anunciada para o dia vinte de setembro, com lançamento do primeiro álbum estimado para o primeiro trimestre de 2015. 

Isto está sendo possível graças a uma campanha lançada por eles para levantar algo em torno de cem mil dólares, onde os contribuintes poderão ser agraciados dependendo do montante ofertado, com downloads da gravação do álbum, CD, DVD e diversos "combos" que estão muito bem definidos na Home Page Kickstarter.com ou até mesmo ingressos para a área VIP da primeira apresentação da banda.


É lógico que eles não estarão sós para este evento e para completar o elenco da banda, foram convidados os músicos, Jamie Dunlap (guitarra), Wally Minko (teclados), Baron Browne (baixo) e Rayford Griffin (bateria e percussão) agregando diversidade musical e experiência ao projeto, pois são renomados músicos que tem transito livre em diversas áreas do show business internacional e para quem se interessar e conhecer melhor a carreira deles, logo abaixo estão disponibilizados os links de todos os músicos envolvidos neste projeto. 

Já existe alguns trechos musicais disponibilizados na home Page Kickstarter.com e o pouco que se escuta realmente agrada de primeira e pude reparar também que futuramente algumas músicas de JLP poderão ganhar a voz de Jon Anderson, transformando o que naturalmente já era muito bom em algo absolutamente inimaginável, pois pelo menos em uma das três gravações demo disponibilizadas, temos uma conhecida peça chamada, “Stay With Me" de Jean LucPonty que está no álbum “A taste for a Passion”, gravado em 1979.

Aparentemente em uma das gravações pude perceber alguns fragmentos da música "I've Seen All Good People" do álbum "Yes Album" gravado em 1971 , presente com uma nova leitura o que nos remete a mais um "revival", agora voltado para o lado de Jon Anderson, que pode render frutos positivos para este projeto, entretanto, eu  honestamente espero é haja bastante material inédito.

No momento o jeito é aguardar ansiosamente por este grande acontecimento, mas enquanto ele não acontece, vamos dar uma oportunidade aos mais jovens a conhecer um pouco do trabalho individual deste dois astros do rock/jazz fusion, portanto, como sugestões para um bom álbum de entrada ao mundo de Jon Anderson e Jean Luc Ponty, oferecemos respectivamente, “Songs of Seven”, gravado em 1980 e “Mystical Adventures” gravado em 1982 . 

Anderson Ponty Band
Jean Luc Ponty : http://www.ponty.com/
Rayford Griffin : http://rayfordgriffin.com/

Demos:
Link 1
Link 2
Link 3

Álbuns:









quarta-feira, agosto 06, 2014

ELOY - "Live in Stuttgart" - 1998

Estimulado por um múltiplo pedido feito por um leitor do blog para repostar alguns álbuns do Eloy, eu estava à procura dos referidos álbuns, acabei me deparando com o bootleg que estava perdido no meio de tantos álbuns, intitulado “Live in Stuttgart”, fruto de uma apresentação acorrida em dezembro de 1998.

Neste mesmo ano era lançado o álbum de estúdio “Oceans 2 – The Answer”, que botava um fim em um hiato de uns quatro anos longe dos estúdios, desde o lançamento do álbum, “The Tides Return Forever” acontecido em 1994.

Portanto o bootleg, "Live in Stuttgart", nos trás quase na integra o álbum de estúdio do momento, bem como ainda nos brinda com músicas extraídas dos álbuns, “Ra”, “The Tides Return Forever”; “Time to Turn”; “Metromania”; “Planets”; “Colours”; “Oceans” e “Down”, ou seja, tem música suficiente para agradar a Gregos e Troianos.

Frank Bornemann que de bobo não tem nada, como sempre está muito bem acompanhado, contando com a presença de Michael Gerlach nos teclados, Klaus-Peter Matziol no baixo e Bodo Schopf na bateria e percussão, fora os músicos convidados que sempre complementam a banda.

O Eloy como já foi dito inúmeras vezes aqui no blog, tem um surpreendente histórico de superação pelas constantes mudanças de músicos, praticamente acontecendo em todos os álbuns de estúdio, mas o interessante é que uma coisa não muda em sua trajetória que é a qualidade de seus álbuns, nas várias fases musicais que a banda passou ao longo de quatro décadas de trabalho quase que ininterrupto.

Logicamente o ponto notável deste fenômeno está diretamente associado à existência de uma das figuras mais carismáticas e marcantes do mundo do rock, Frank Bornemann, um músico incansável na busca da perfeição, que há bem da verdade nunca teve o merecido reconhecimento internacional por seus feitos e por sua complexa obra, talvez acontecendo por conta de uma fraca atuação na divulgação de seus trabalhos. 

Então, fica mais uma vez o convite a todos para se deliciarem com mais uma demonstração de amor à música feita pelo Eloy e principalmente pelo figuraça do Frank Bornemann e para o internauta que solicitou os álbuns, em breve serão disponibilizados na área de comentários desta resenha.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

ELOY 
Frank Bornemann - vocal e guitarra
Michael Gerlach - teclado e vocal de apoio
Klaus-Peter Matziol - baixo
Bodo Schopf - bateria e percussão

Tracks:
CD1
01 - Betwenn Future and Past
02 - Paralysed Civilisations
03 - Ro Setau;
04 - The Apocalipse
05- Awakening of Conseiousness
06- Generation of Innocense
07- Voyager of the Future Race
CD2
01 - Follow the Light
02 - Time to Turn
03 - All Life is One
04 - Mysterious Monolith
05 - Drum Solo
06 - Silhouette
07 - The Sung Song
08 - The Answer
CD3
01 - Poseidon's Creations
02 - The Tides Return Forever