sexta-feira, maio 30, 2014

YES - "Captured Live!" - 1984

Eu passei um bom tempo torcendo o nariz para o álbum, “90125” do YES, quando de seu lançamento em 1983, mas hoje em dia quando o escuto, sou obrigado a concordar que eles estavam com a razão naquela época.

O álbum “Drama” anterior ao álbum “90125”, apesar de ser um bom trabalho, a rigor foi um desastre mercadológico em todos os sentidos por conta da ausência de Jon Anderson e Rick Wakeman que haviam sido substituídos por duas figurinhas, bem anos oitenta, no caso, Trevor Horn e Geoff Downes, aliás, excelentes músicos.

O fato é que isso contribuiu fortemente para um hiato de uns três anos até a banda se reunir e chegar a “90125”, uma vez que o álbum anterior foi muito mal interpretado pela crítica e por grande parte de seus fãs, tendo o seu valor reconhecido muito tempo depois, inclusive por mim.

Queiram ou não, o álbum “90125”, fez a banda ressurgir das cinzas totalmente renovada em seu "core" musical , mas o principal é que ela estava de volta à cena, contando com o retorno de Jon Anderson nos vocais e com um reforço extra, com a presença de Travor Rabin, um conceituado guitarrista que ainda por cima cantava muito bem, em substituição a Steve Howe que só retornaria a banda somente no final de 1989 para o inicio das gravações do álbum "Union" que só foi lançado em abril de 1991. 

A renovação foi tanta, que teve até música (leia-se: Owner of a Lonely Heart) estourando nas rádios FM’s  em todo o planeta, bem como atingindo índices de popularidade nunca alcançados nas paradas de sucesso dos EUA, vendendo mais de três milhões de cópias, com direito a apariçôes na MTV, premiação no Grammy para a música "Cinema" e tudo mais.

Portanto, a conclusão que se chega é que eles estavam certos para aquele momento, independente do desejo e da vontade dos fãs mais Xiitas que na verdade gostariam de ver no máximo umas quatro ou cinco músicas com maior duração e com bastante exibicionismo instrumental, ao contrário das nove músicas de menor duração, mais simples de se escutar e com uma batida bem mais pop para atender as necessidades da nova ordem musical que imperava nos anos oitenta.

Quando eu escutei o álbum pela primeira vez, fiquei muito puto, pois como me situava mais próximo da ala clássico-conservadora da banda, aquelas “musiquetas” dançantes nem por decreto conseguiam preencher o vazio musical de meu cérebro, que aos 22 anos de idade era um vazio só, entretanto, com o passar do tempo e raiva diminuindo, algumas músicas começaram a ganhar espaço, como “Changes”, ”Hearts”, a instrumental “Cinema” e “Hold on”, que realmente são muito boas músicas.

Enquanto o novo álbum de estúdio do YES que está no forno, mais uma vez sem a presença de Jon Anderson e Rick Wakeman, provavelmente intitulado “Heaven and Earth” como sugere a imagem ao lado, com lançamento previsto para as próximas semanas, vamos nos contentando com o álbum, “Captured Live!”.

Este álbum é uma audição quase que na íntegra de “90125”, faltando apenas a música “Hearts” e que ainda nos brinda com alguns grandes sucessos do passado progressivo da banda, como as músicas “Soon”; “Yours Is No Disgrace” e “Starship Trooper”.

Esta gravação data de 24 de junho de 1984, feita no “Westfalenhalle Arena”, em Dortmund na Alemanha, sendo que posteriormente transformou-se em um álbum em "vinil" e que foi transmitido via rádio FM em 27 de agosto do mesmo ano para o público americano, pela rádio "RKO", ou seja, mais um feito a ser creditado na conta de “90125”.

Não cabe nenhum comentário a respeito dos músicos ou mesmo das músicas, pois são de conhecimento público, cabendo apenas recomendar a audição deste álbum que é o registro marcante de uma época. 


ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Yes:
Jon Anderson – vocals
Tony Kaye – keyboards
Trevor Rabin – guitars, vocals, additional keyboards
Chris Squire – bass, vocals
Alan White – drums, percussion, backing vocals

Tracks:
01. Intro
02. Cinema
03. Leave It
04. Yours Is No Disgrace
05. Owner of a Lonely Heart
06. It Can Happen
07. Hold On
08. Changes
09. Soon
10. City of Love
11. Bass Solo
12. Starship Trooper

LINK

domingo, maio 18, 2014

RICK WAKEMAN - "Wakeman With Wakeman - The Official Bootleg" - 1993

Hoje, dia 18 de maio de 2014, estamos comemorando o sexagésimo quinto ano do nascimento do mago dos teclados, Rick Wakeman, com um interessante álbum em que junto a seu filho Adam Wakeman, ele mostra o que é uma música de verdade, que transcende seu próprio tempo e continua a nos emocionar. 

“Wakeman With Wakeman - The Official Bootleg", não chega a ser um bootleg, levando se em conta que é uma gravação oficial de um show de Rick Wakeman, em Buenos Aires, Argentina, feita no ano 1993, que contou com a companhia o seu filho Adam Wakeman nos teclados, Alan Thompson no baixo e também de seu grande amigo e fiel escudeiro, Tony Fernandez, no comando da bateria.

O clímax do show fica por conta de uma versão instrumental que trás na integra, “Journey to the Centre of the Earth", executada por dois Wakeman's, Rick e Adam, que deslizam com toda a segurança pelos teclados, o que em alguns momentos fica difícil saber quem está no comando, mas em geral o que se percebe é a natural presença do todo poderoso Wakeman Pai.




Existem diversas gravações muito conhecidas, desde o lançamento do álbum original, que também foi gravado a partir de uma apresentação, diga-se de passagem, antológica, inigualável e inimitável, entretanto, a versão contida neste show é suficientemente diferente para ser levada em consideração, independente de não ter aquela aura mágica que envolveu a versão primogênita desta peça clássica, sem dúvidas um grande momento deste show.

Outra peça épica, também muito conhecida por todos nós, está em um formato que mais parece uma colagem musical, extraída do álbum “The Myths And Legends Of King Arthur & The Knights Of The Round Table " , em versão totalmente instrumental, com duração de quase treze minutos, onde a dupla de Wakeman’s, se completa muito bem, para criar a atmosfera necessária para suprir a falta de uma orquestra que tanto é exigida por esta Epopeia Bretã.

O show é complementado por músicas do álbum "Six Wives of Henry VIII", sendo o que a música, “Catherine Howard" é executada praticamente de forma fiel ao original, entretanto o mesmo não acontece na música, "Catherine Parr", que ganha uma longa improvisação em um formato um pouco rápido do que o original, em quase dez minutos de música absolutamente viajante.

Em meio aos tradicionais épicos, temos também, “Past and Present” e mais duas músicas que não são de autoria de Rick Wakeman, complementando o set-list do show com “Eleanor Rigby”, uma canção clássica dos Beatles, executada sob o foco e a cena progressiva, assim como a música "Paint it Black" dos “Rolling Stones" que sempre é muito bem explorada por Rick Wakeman.

A única música gravada originalmente pela dupla de tecladistas, “Wakeman & Wakeman” é "Lure of the wild" que abre de forma brilhante e flamejante, o espetáculo, sendo ela um retrato bem fiel das características de ambos os tecladistas. 

Que os Deuses da Música, proteja e ilumine ainda por muito tempo, uma das figuras mais queridas e brilhantes que a História do Rock conhece!!!!

Vida longa a “Rick Wakeman”!!!! 

Wakeman & Wakeman
Rick Wakeman - Keyboards
Adam Wakeman - Keyboards
Alan Thompson - Bass
Tony Fernandez - Drums


Tracks:
01 Lure of the Wild
02 Catherine Howard
03 Eleanor Rigby
04 Past and Present
05 The Myths & Legends of King Arthur & The Knights of the Round Table
06 Catherine Parr
07 Journey to the Centre of the Earth
08 Paint It Black




domingo, maio 04, 2014

MARILLION - "Radiation" - 1998

Passado o Tsunami de emoções que vivemos intensamente nos últimos tempos, veio a calmaria, portanto chegou a hora de voltar a botar os velhos e cansados neurônios para trabalhar um pouco e nada melhor para isso do que desafiá-los com algo instigante, fora da zona de conforto, então o meu velho e amado Marillion mais uma vez, será a minha fonte de inspiração.

Apenas um detalhe, nada de “Fish” desta vez, pois senão não seria um desafio, seria um passeio em um Parque da Disney e para fugir do lugar comum, aleatoriamente sorteei um dos diversos álbuns da “Era Hogarth” que tenho e o vencedor deste sorteio foi o álbum “Radiation”, por sinal "um puta” álbum.

A princípio isso vai parecer mais um papo de “doidão” ou coisa parecida, mas o fato é que eu tenho este álbum desde o seu lançamento e mal o escutei sequer uma única vez, portanto para mim ele é agora um lançamento de 2014, mesmo tendo sido lançado há uns bons 16 anos.

É um fenômeno praticamente inexplicável, pois os membros da banda são os mesmos, apenas mudando o vocalista, que também é muito bom e prova disto é que está no grupo até hoje, então, tentando dar uma explicação bem primária ao caso, eu chego ao simples “preconceito” sem fazer muita força, agregado a certa dose de saudosismo “barato” em relação ao rock progressivo dos anos setenta, que eu adoro, admito, uma vez que, os álbuns iniciais do Marillion com Fish, sem a menor cerimônia, deram um “foda-se” literal para as tendências musicais dos anos oitenta e indo na contramão da história, marcaram seu território e formaram uma imensa legião de fãs.

Aparentemente tudo ia muito bem até que de uma hora para outra, eu vejo uma das minhas bandas prediletas, trocar Fish por Hogarth, pensei: “que porra é essa???”, lógico, na época foi um banho de água fria e por conta do preconceito, eu estou atrasado pelo menos há uma década e meia em relação aos trabalhos da banda, mesmo tendo adquirido praticamente todos os álbuns de estúdio, pois permanecem intocados.

A rigor, meu ato não é uma implicância gratuita com o Marillion e/ou Hogarth, tendo em vista que eu já fiz isto até com o “YES” e seu álbum “Open Your Eyes”, sendo apenas um mau hábito que tenho em botar na geladeira e esquecer por um bom tempo uma banda ou um álbum que a princípio me parece “suspeito”.

Deixando a verborragia de lado, vamos ao que interessa que é dar uma pequena dissecada no excelente álbum, “Radiation”, lançado em 1998, tendo como atrativo extra, a voz de Steve Hogarth, que agora desprovido de qualquer sentimentalismo, sou obrigado a reconhecer que se ajustou perfeitamente a nova proposta musical da banda e que com sua inclusão, o Marillion distanciou-se definitivamente e por completo dos padrões musicais setentistas, passando a adotar uma postura musical mais moderna e adequada às novas tendências que exigem menos firulas e solicitam mais emoção, aproximando o artista de seu público.

Sem medo de ser feliz, posso assegurar que apenas a introdução da música “Cathedral Wall”, já valeria o álbum todo e ele está repleto de excelentes músicas que por pura arrogância e prepotência, deixei para trás e só agora estou me deliciando com elas, entretanto, como sou muito otimista, acredito que possa viver mais uns cinquenta anos se assim Deus quiser, portanto não vai faltar tempo para correr atrás do prejuízo deste e de outros álbuns do Marillion.

Caracteristicamente o Marillion sempre primou muito pela parte instrumental e neste álbum não foi diferente, pois os arranjos são extremamente complexos e sofisticados, obrigando os músicos a chegar ao limite da capacidade, ou seja, o produto final é música de altíssima qualidade.

Outra música em destaque neste álbum é a versão “Big Beat Mix” de “Memory of Water”, do álbum anterior a este, "This Strange Engine", simplesmente sensacional e envolvente, que gruda no cérebro com “Super Bonder”, difícil de escutar apenas umas dez vezes seguidas. 

Não para por ai, tem muito mais e apenas para não me alongar muito, vou destacar também as músicas, “Under The Sun”; “The Answering Machine” e “Three Minute Boy”, riquíssimas em conteúdo, o que é muito difícil de escutar hoje em dia.

Como é um álbum de catálogo e de fácil aquisição, fica o convite a quem ainda por ventura não o conhece e para aqueles que já são íntimos, fica o convite para relembrar as músicas de um excelente álbum.

ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!

Marillion:
Steve Hogarth – vocais
Steve Rothery - guitarra
Mark Kelly - teclado
Pete Trewavas - baixo
Ian Mosley - bateria

Tracks:
01 - Costa Del Slough
02 - Under The Sun
03 - The Answering Machine
04 - Three Minute Boy
05 - Now She'll Never Know
06 - These Chains
07 - Born To Run
08 - Cathedral Wall
09 - A Few Words For The Dead
Bonus Tracks:
10 - Estonia Acoustic Version
11 - Memory Of Water - Big Beat Mix