Para exorcizar definitivamente deste blog os últimos e nefastos acontecimentos, nada melhor do que o viajar para bem longe, porém, sem sair do lugar e para tanto eu evoquei o Mestre dos teclados e agora também meu exorcista, Rick Wakeman, com um bootleg, intitulado “Live At BBC” com gravações entre abril e junho de 1976, no Hammersmith Odeon e no Maltingsin Farnham.
Nosso Mestre dispensa qualquer tipo de apresentações por razões óbvias, entretanto, é sempre muito gratificante, lembrar os seus feitos, que não são poucos, levando-se em uns de cento e cinco álbuns de estúdio se é que contei certo, doze compilações, quinze singles, vinte e quatro vídeos e DVDs, um número bem expressivo de bootlegs, fora sua discografia junto ao Yes, The Strawbs e as diversas participações que teve com grandes nomes da música como, Ozzy Osbourne, Brian May, Elton John, Black Sabbath, David Bowie, Lou Reed (falecido em 27/10/2013), Alice Cooper e ate um inusitado encontro dele com Jon Lord em 2011, um fato tão raro e especial, como o alinhamento dos planetas com o Sol, dado a magnitude destas duas grandes figuras e estrelas da música.
Eu considero até questionável, se com uma discografia tão extensa, é possível ou não para um artista manter o mesmo padrão de criatividade musical, pois haja inspiração para tantos álbuns, o que no caso de Rick Wakeman, levando-se em consideração apenas a sua discografia pessoal que começou em 1971, daria ao longo destes quarenta e dois anos, uma média geral de dois a três álbuns por ano, o que é muito, se considerarmos toda a produção que é envolvida para se materializar um álbum e lançá-lo ao mercado.
Lembro ainda que além de sua carreira solo a qual sempre deu muito valor, suas várias entradas e saídas do Yes, bem como sua participação junto às bandas e a outros artistas, o obrigavam a uma série de compromissos entre as fazes de estúdio e os shows propriamente ditos, portanto, para se ter um material com qualidade é preciso muita competência, apesar de que neste requisito, Rick Wakeman o tenha de sobra e seu talento musical, vai muito além da nossa imaginação.
Eu estou conjecturando a respeito deste assunto, pois é quase impossível conhecer ou pelo menos ter escutado uma única vez todos os álbuns de estúdio que ele produziu, pois mesmo eu que achava que tinha muitos, não passo de quarenta e cinco álbuns oficiais, fora os bootlegs que também não são poucos.
Entretanto eu não posso me qualificar a responder este questionamento com um grau de confiabilidade aceitável, uma vez que eu conheço apenas, menos da metade da obra de Rick Wakeman, todavia, o que eu posso afirmar é que dos álbuns que eu possuo e conheço, a grande maioria me agrada muito.
Rick Wakeman desde muito cedo, ganhou notoriedade, reconhecimento e prestígio, por ter sempre feito um trabalho original, sério, com uma carga de dedicação muito grande, o que o exime de qualquer possibilidade de ter produzido álbuns caça-níqueis, pois dinheiro nunca foi um grande problema para ele.
O bootleg, “Live At BBC”, que cobre a turnê do álbum, “No Earthly Connection”, foi o pretexto para se chegar até Rick Wakeman e poder tecer alguns comentários sobre este artista que é muito querido no meio artístico, por ser extremamente bem humorado, um grande gozador e principalmente um amigo para qualquer eventualidade, sendo sempre muito bem recebido por onde passa e quanto a seus fãs, o sentimento é o mesmo, pois ele realmente é muito querido por todos.
Rick Wakeman é uma figura iluminada não só por suas características pessoais como um homem comum, mas também por conta de sua sensibilidade, criatividade, talento e por sua destreza ao manusear seus incontáveis teclados, que estão sempre a seu dispor para encantar sua plateia.
O álbum “No Earthly Connection” foi um dos seus últimos trabalhos conceituais produzidos na década de setenta e por conta disto, carrega em seu DNA, conceitos e fundamentos musicais que em um futuro próximo iriam ser substituídos por uma nova ordem musical e de certo modo isto pode ser sutilmente percebido nos álbuns seguintes, “White Rock” e “Criminal Record”, sendo o primeiro uma trilha sonora de um documentário sobre jogos de inverno e o segundo, uma referência a fatos e pessoas do mundo do crime, mas é exatamente em “No Earthly Connection”, que eu tenho o sentimento do fim de uma era que jamais será esquecida.
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!!
MusiciansRick Wakeman / keyboards
Ashley Holt / vocals
John Dunsterville / guitar
Martyn Shields / trumpet
Reg Brooks / trombone
Tony Fernandez / drums
Tracks:
Disc One:
1. Music Reincarnate-Part III, The Spaceman
2. Catherine Howard
3. Sir Lancelot And The Black Knight
4. Arthur
5. Music Reincanate-Part IV, The Realisation
6. The Forest
7. Catherine Parr
8. Prisoner, The
9. Merlin The Magician
Disc Two:
1. Recollection
2. Music Reincanate-Part IV, The Realisation
3. Sir Lancelot And The Black Knight
4. Music Reincarnate-Part III, The Spaceman
5. Catherine Parr
6. The Prisoner
7. Merlin The Magician