Antes mesmo de começar a verborragia habitual, mais uma vez vou tomar a liberdade de usar um álbum postado pela
Luciana Aun, mentora intelectual do blog,
PROG ROCK VINTAGE, em novembro de 2012 e que faço questão de dar todos os créditos para este álbum do
YES, o bootleg,
“Madison Square Garden” de 1977, marcando o
“Retorno do Rei”,
Rick Wakeman aos teclados da banda, para servir de trilha sonora e inspiração para esta resenha, portanto, justiça feita, vamos ao ponto que realmente interessa.
Há pouquíssimo tempo, o YES desembarcou em terras tupiniquins para uma série de apresentações, que infelizmente não pude assistir, mas teve gente que assistiu e é exatamente aonde começa o enredo desta história, pois li relatos totalmente contraditórios, no melhor estilo, amor e ódio.
Como esse assunto ficou um pouco escondido nos comentários, mas foi uma constante nas ultimas resenhas e em se tratando de uma banda como o YES, nada mais oportuno do que estressar mais este assunto, um tanto polêmico, principalmente para quem é um fã incondicional da banda, assim como eu.
Não fui aos shows, mas escutei bastante algumas gravações e assisti a alguns vídeos e confesso que não fiquei muito emocionado, pois apesar dos novos integrantes serem muito bons músicos,
John Davidson e
Geoff Downes (esse nem tão novo assim), para mim faltou o ingrediente principal, que somente alguns mortais agraciados pelos Deuses da Música têm,
“Carisma”, ingrediente este indispensável para executar as músicas do
YES como ela realmente tem que ser executada, pois não basta ter talento e que sobram em abundância em
Jon Anderson e
Rick Wakeman, mas entendam, isto é apenas o sentimento de um fã da banda, um mero escutador de vitrola, no caso, eu.
O Luciano que constantemente colabora com seus comentários, foi ao show e se deu ao trabalho de fazer uma sinopse emocionada sobre o que viu, publicando-a na última resenha que havia feito sobre a banda em abril passado e a qual faço total questão de publicá-la na integra:
“Senhores, estava devendo algumas palavras a respeito do show do Yes no Rio, então vamos a ele.
Toda uma expectativa para esta apresentação esteve nos corações de muitos fãs, como a falta de Jon Anderson e como seria a performance de John Davidson em seu lugar, a presença de Geoff Downes no lugar de Rick Wakeman, o ritmo mais lento em que a banda vinha tocando, entre outros.
A boa expectativa ficava por conta da notícia que a banda executaria 3 de seus melhores álbuns, muito bem escolhidos.
Não acompanhei pelo youtube nenhum vídeo sequer dessa turnê, pois gosto muito de assistir os shows e me surpreender com o desconhecido e inesperado, fato que caracterizava os shows em décadas anteriores.
A única informação que tive a respeito dos primeiros shows no Brasil era que a banda não estava lenta como em 2010 e alguém me disse que estavam tocando no mesmo andamento original!
Com esses pensamentos circulando na mente, e sentindo as emoções que o Yes me desperta há cerca de 20 anos, ainda um pouco mais hiperativadas pela ingestão de álcool (item que nunca falta em shows comigo), me sentei numa mesa do vivo rio.
Não gosto de narrar um show como um radialista narra uma partida de futebol ,com os mínimos detalhes, música por música. Vou então para um resumo.
As imagens dos telões lindas por sinal, que exibiam fotos de capa dos álbuns, que eram executados, imagens dos membros, e formas psicodélicas, estimulavam mais ainda as emoções de cada um lá presente.
Os caras estavam na terceira noite seguida se apresentando, e isso refletiu no físico de Steve Howe, que não se mexeu muito, mas tocou divinamente de forma impecável exibindo toda sua técnica mais que original e única com aquele timbre maravilhoso de sempre!
John Davidson é um excelente vocalista, afinadíssimo, que tem muita facilidade para não somente tocar num timbre bem próximo ao do Jon, como enfeita subindo e descendo tons em algumas passagens. Ele não traz a mágica que o Jon conseguiu criar ao longo dos anos de Yes (claro), nem o misticismo, mas fez um trabalho louvável.
O mão dura Geoff Downes se atrapalhou um pouco em alguns solos como de Close to the edge e roundabout, cortou fora o pequeno improviso de Awaken e o tocou numa única velocidade, mas conseguiu fazer outros solos e arranjos bem feitos como o de siberian khatru.
Cris Squire como sempre sorridente, e agora sem o Jon para dividir a atenção, era o mais presente, e tocou maravilhosamente com aquele timbrão original e único que quase vale o ingresso!
Alan White estava muito bem, embora tenha escutado de alguém que percebeu ele um pouco tonto ao sair da bateria no final do show.
Um ponto negativo que não gostei muito foi que não estavam improvisando muito, não alongando tanto as música, e tocando elas com uma duração mais próxima como eram os álbuns.
Em resumo: Quem é realmente fã do Yes, ou quem gosta muito deles, acredito que tenha saído de lá muito satisfeito como aconteceu comigo!
Eu carrego comigo o pensamento: prefiro sentir a felicidade de assistir a entidade Yes em movimento, do que não ter essa chance, como acho bacana as novas gerações terem esse contato.
E realmente a magia indescritível dos eternos Magos do rock, esteve presente em cima daquele Palco!!!!
Luciano”
O Luciano teve o privilégio de assistir o evento, claramente ficou emocionado com que viu, pois sua percepção foi sensibilizada pelo clima do show, mas o contraditório não para por ai, pois cheguei a comentar que no blog LEONARDINSKY, havia uma resenha desfavorável sobre a banda com a sua atual formação, inclusive com um comentário contrário a resenha já publicada, mas misteriosamente a resenha foi retirada do blog e posteriormente uma nova resenha sobre o show da banda na Califórnia, foi publicada com um cenário bem mais favorável e este fato começou a chamar a atenção.
Outro fato que chamou também a minha atenção, agora no âmbito das redes sociais, o
“Facebook”, foi ver a
Luciana Aun (olha você na berlinda de novo) dando uma bronca danada no pessoal que frequenta seu perfil e que foi ao show, acho que o de São Paulo, esculachando geral com a banda e com o show propriamente dito, o que obviamente a deixou muito chateada, assim como eu também fiquei e com razão, pois a turma pegou pesado demais.
Eu não tenho duvida que gosto, não é para ser discutido em fórum algum, pois tem que ser respeitado, seja ele favorável ou não, mas a sua essência, sim, que se não estiver enganado, em algum comentário foi feita uma observação quanto à banda estar indo para os estúdios para a gravação de um novo álbum.
Com este fato, surge uma “pergunta que não quer calar” e que tem assombrado meus pensamentos em relação ao futuro do YES e que é a seguinte: Será que vale a pena, os membros remanescentes, detentores dos direitos da banda, em insistir em tocar um projeto adiante que não é mais uma unanimidade, a ponto de causar tanta dissonância entre seus fãs???
O último álbum de estúdio, “Fly From Here”, que tinha Benoit David nos vocais, foi um bom álbum, mas pelo que tenho visto, já caiu no esquecimento e não decolou e agora estão pensando em produzir um novo álbum, então, eu realmente não sei o que pensar a respeito.
Finalizando, quando escuto um bootleg como este postado, com um astral tão elevado, de poder magnético e hipnótico, e olho para frente e vejo a realidade da banda, confesso que sinto certo desânimo em relação à música atual do
YES, podendo isto ser um sintoma de saudosismo, entretanto, isto também pode ser um sinal que o atual rumo da banda, é o de colisão com seu melancólico fim.
PS: Para não acharem que eu enlouqueci de vez, esclareço o seguinte: tentei fazer a resenha com um bootleg do show do Rio, mas não rolou o clima suficiente para dar seguimento ao texto, portanto, tive que buscar a inspiração na música do passado para tentar entender a música do presente e buscar alguma revelação sobre a música do futuro da banda.
ALTAMENTE RECOMENDADO!!!! SEMPRE!!!
YESJon Anderson (Vocals)
Steve Howe (Guitars)
Chris Squire (Bass)
Rick Wakeman (Keyboards)
Alan White (Drums) Tracks:01. Firebird Suite
02. Parallels
03. I've Seen All Good People
04. Close To The Edge
05. Wonderous Stories
06. Colors Of The Rainbow
07. Turn Of The Century
08. And You And I
09. Flight Jam
10. Awaken
11. Starship Trooper
12. Roundabout
13. Yours Is No Disgrace