Como havia comentado na ultima postagem da saga Yes referente ao álbum Tormato, esta postagem seria um "Drama", não só pelo título mas, principalmente pelo conteúdo.
Dois anos se passaram desde o lançamento do último álbum e os sinais de desgaste entre os membros da banda eram evidentes e motivados por divergências de ordem criativa e também financeira.
O resultado deste momento de baixa estima da banda culminou com a saída de Jon Anderson e Rick Wakeman que de comum acordo combinaram os seus respectivos desligamentos simultaneamente, o que em um primeiro momento foi um choque para todos.
Mas o clima estava péssimo e qualquer tentativa de arrumar a situação só piorava as coisas e aos membros restantes, como herança ficou a responsabilidade de continuar comandando o Yes como se nada houvesse acontecido.
Tarefa extremamente difícil de ser cumprida, mas como não havia outro jeito, partiram a caça de novos integrantes para o grupo chegando até Trevor Horn e Geoff Downes que eram da banda "The Buggles" e habitualmente gravavam em um estúdio ao lado do Yes.
Como a notícia correu rápida, os dois se apresentaram, fizeram alguns ensaios para testar uma possível sinergia entre eles e a banda, resultando no convite para integrarem um novo Yes.
Talvez em uma tentativa de adequar o som da banda aos ritmos do momento, alguma coisa em torno do New Wave, muito difundido na época, mas sem perder as características progressivas, o som deste álbum não me agrada muito, sem contar que a característica mais marcante do grupo é a voz de Jon Anderson.
Quando o escutei pela primeira vez, um sentimento de que algo estava faltando era gritante, pois não escutar a voz de Jon Anderson e/ou as harmonizações feitas por Rick Wakeman sinalizavam para mim que eu não estava escutado um trabalho do Yes, era outra banda usando tão somente o nome.
Pelo menos dois fatos muito interessantes aconteceram naquele momento e um deles foi o retorno de Roger Dean como criador da capa do álbum o que levava a crer a uma volta aos grandes álbuns da banda que tiveram o privilégio de ter a sua arte exposta e o segundo fato foi a volta de Eddie Offord a produção deste álbum que igualmente a Roger Dean, poderiam significar uma luz no meio daquele momento tão conturbado.
Fica muito difícil para eu escrever sobre algo que não gosto, mas temos que tomar muito cuidado com os comentários, pois o que não é de meu agrado, pode ser de muito agrado a outra pessoa.
E mesmo porque, gosto é uma coisa muito pessoal, intransferível e principalmente porque o objetivo deste blog não é ficar esculachando ou falando mal do trabalho de ninguém, mas sim divulgar os trabalhos sejam eles bons ou não.
Os novos elementos que se agregaram a banda, justiça seja feita, são músicos da melhor qualidade, mas substituir Jon Anderson e Rick Wakeman simultaneamente é uma tarefa praticamente impossível e acredito que tenha sido um tempo muito curto para um entrosamento e amadurecimento de ideias e conceitos musicais para a criação do álbum "Drama".
A formação da banda para este trabalho contou com Trevor Horn nos vocais; Chris Squire no baixo; piano e vocais; Steve Howe nas guitarras e vocais; Geoff Downes no Teclados e vocoder e a figura sempre simpática de Alan White na bateria, percussão e vocais.
De qualquer modo sempre vale a pena dar uma conferida no álbum (principalmente para quem não conhece) para poder tirar suas próprias conclusões.
Set-list:
1."Machine Messiah" (10:27)
2."White Car" (1:21)
3."Does it Really Happen?" (6:34)
4."Into the Lens" (8:31)
5."Run Through the Light" (4:39)
6."Tempus Fugit" (5:14)
Yes - "Does It Really Happen?"